Folha de S.Paulo

Wall Street vê ‘ironia’ no vaivém de Guedes e BC

- Nelson de Sá nelson.sa@grupofolha.com.br

Ecoou por New York Times e outros, com agências, a menção de Paulo Guedes ao AI-5.

Mas a frase que chamou a atenção, no exterior, foi ele “não estar preocupado com a queda da moeda ao recorde de baixa”, na chamada do Financial Times. O jornal, que um dia antes havia publicado editorial em defesa de Guedes, destacou reação de um executivo da Fidelity Internatio­nal: “Quando você tem um ministro das finanças dizendo algo assim, ele está encorajand­o uma liquidação de moeda”.

O Banco Central, cujo presidente já havia falado coisa parecida, acabou tendo de intervir para tentar conter o dólar. E a Bloomberg ouviu então, de um executivo do Credit Suisse em Nova York, que “é muito irônico o BC atuar após os dois formulador­es de política [financeira] do Brasil afirmarem a flexibilid­ade de câmbio”.

Já em argentinos como La Nación a desvaloriz­ação “recorde” do real causou temor, por “seu efeito na indústria, turismo e inflação” do vizinho.

levitsky e o golpe

Steven Levitsky, de Harvard e do livro “Como as Democracia­s Morrem”, escreveu no NYT sobre

“o golpe”, como define, na Bolívia. “Se governos estrangeir­os tomam partido, tolerando golpes que favorecem seus aliados, encorajam o retorno à violência e à instabilid­ade que os latino-americanos lutaram tanto para encerrar”, avisa.

sem a esquerda

O NYT tirou o impeachmen­t das manchetes e agora procura explicar o que deu errado. Também o Wall Street Journal, publicando que o processo foi dominado pelos “democratas de segurança nacional”, que “festejaram espiões e procurador­es” e alijaram “A Esquerda”. Há um mês, destacou o WSJ, “a revista socialista Jacobin não publica um texto” contra Trump.

 ??  ?? RACHA? A Jacobin Brasil estreou nas bancas e livrarias na última semana, com referência­s de esquerda na capa, e logo explodiu um confronto em mídia social entre, supostamen­te, trotskista­s e stalinista­s, por um artigo sobre as manifestaç­ões em Hong Kong
RACHA? A Jacobin Brasil estreou nas bancas e livrarias na última semana, com referência­s de esquerda na capa, e logo explodiu um confronto em mídia social entre, supostamen­te, trotskista­s e stalinista­s, por um artigo sobre as manifestaç­ões em Hong Kong

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