Folha de S.Paulo

Em alerta máximo, Salvador tem ao menos 300 desalojado­s por chuvas

- Patrícia Pasquini

são paulo Salvador está em alerta máximo para alagamento­s e deslizamen­tos. A capital baiana foi atingida por uma forte chuva a partir das 7h da manhã desta terça-feira (26). Até as 10h choveu 169 mm —a média histórica para novembro é de 106,5 mm. O acumulado em 12 horas foi de 258 mm, mais que o dobro do previsto para o mês.

Segundo o diretor-geral da Defesa Civil de Salvador, Sosthenes Macédo, o órgão havia sido alertado sobre a chegada de uma frente fria que ficaria sobre o estado até quintafeir­a, mas não havia previsão de chuva forte e volumosa, e de um fenômeno chamado cavado (região na atmosfera onde ocorre uma ondulação do fluxo de ventos no sentido horário no hemisfério sul e onde há também uma tendência à queda da pressão atmosféric­a).

A trégua ocorreu às 18h15, quando houve enfraqueci­mento da chuva.

Da meia-noite até 18h30, houve 356 solicitaçõ­es de vistoria para a Defesa Civil através do telefone de emergência 199. No período, foram registrado­s nove alagamento­s de vias, 122 de imóveis, queda de quatro árvores, cinco desabament­os parciais de imóveis, 12 de muros e 114 deslizamen­tos de terra. Desta vez, a chuva não fez vítimas, de acordo com o órgão.

Porém, cerca de 300 pessoas de quatro comunidade­s foram retiradas de suas casas e levadas a escolas públicas. “É um trabalho de precaução, até que as equipes da Defesa Civil avaliem essas casas e liberem a volta das famílias em segurança”, diz Macédo.

A análise só poderá ser concluída quando a chuva cessar e o solo secar. Aquelas que não puderem retornar serão cadastrada­s pela prefeitura e receberão bolsa-aluguel por um período que pode ser indetermin­ado, dependendo da avaliação da Defesa Civil.

Salvador tem um trabalho de prevenção às chuvas. Há 48 pluviômetr­os espalhados pela cidade, por meio dos quais a Defesa Civil acompanha a quantidade de chuva; duas estações meteorológ­icas e duas hidrológic­as, que permitem verificar o avanço do maior rio da cidade, o Camarajipe; e 11 sistemas de alerta e alarme, acionados quando há o acúmulo de 150 mm de chuva num período de até 72 horas com perspectiv­as de continuaçã­o por mais 24 horas.

Além disso, os moradores de áreas de risco participam de simulações de evacuação e são capacitado­s sobre como proceder quando o alarme é acionado.

Até esta quinta-feira (28), a média de chuva em Salvador ficará entre 40 mm e 60 mm por dia. Macédo avalia que a situação ainda é preocupant­e, apesar do volume de chuva menor. “Nas atuais circunstân­cias, qualquer chuva que caia agora nos deixa em alerta com atenção maior”, afirma.

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Romildo de Jesus/Futura Press/Folhapress Alagamento em rua de Salvador

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