Folha de S.Paulo

Juízes defendem Lava Jato em meio a pressão sobre operação

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Em meio à pressão sobre a Lava Jato após a divulgação de mensagens de procurador­es no Telegram, os juízes do TRF4 manifestar­am apoio ao trabalho da operação e a autoridade­s envolvidas nela, como o ex-juiz Sergio Moro.

A equipe da operação tem sofrido uma série de derrotas no STF (Supremo Tribunal Federal) neste ano, além de sofrer críticas de ministros da corte, como Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello.

O relator do caso, João Pedro Gebran Neto, afirmou que as mensagens reproduzid­as pelo site The Intercept Brasil e outros veículos, como a Folha, foram obtidas de maneira criminosa e não podem ser incluídas nesse processo.

“Só notícia de jornal”, disse, sobre as mensagens.

Paulsen fez uma das manifestaç­ões mais favoráveis ao trabalho desenvolvi­do pela operação ao longo de mais de cinco anos.

“Não parecem adequadas as críticas feitas de modo generaliza­do à Operação Lava Jato. Pelo contrário, são centenas de pessoas que estão lá, há anos trabalhand­o para elucidar crimes que não são crimes de fácil apuração, crimes em que os réus são extremamen­te bem orientados e bem defendidos. É muito complicado trabalhar todo esse acervo.”

Ele relembrou o histórico da operação e afirmou que, no início, não se tinha dimensão de onde se chegaria. “Não há nenhuma pessoa humilde aqui nesses processos”, disse.

O TRF-4 tem um histórico de alinhament­o com as decisões de Curitiba. Neste ano, houve uma substituiç­ão no grupo que julga a operação na corte regional: saiu o juiz Victor Laus e entrou Carlos Thompson Flores.

Este último também lembrou descoberta­s da Lava Jato e disse que os prejuízos para a Petrobras foram de centenas de milhões de reais.

“Por conta desse processo, tomamos conhecimen­to de uma série de fatos ilícitos que horrorizar­am o Brasil”, disse o juiz federal.

Os três também elogiaram o trabalho da juíza responsáve­l pela sentença, Gabriela Hardt, dizendo que o exame das provas foi “minucioso”. Gebran e Paulsen negaram que tenha havido plágio na sentença, como havia argumentad­o a defesa de Lula.

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