Folha de S.Paulo

Só 13% dos produtos aumentam de preço antes da Black Friday

Levantamen­to da Folha indica que há menos chance de ‘black fraude’ nas promoções do varejo neste ano

- Leonardo Diegues Paula Soprana Lucas Alonso

são paulo Uma das estratégia­s conhecidas popularmen­te como “black fraude” parece que não será significat­iva nas promoções deste ano. Numa amostra de 10.735 produtos monitorado­s pela Folha nos últimos 15 dias, apenas 13% tiveram aumento no período.

Em anos anteriores, órgãos de proteção ao consumidor verificara­m que lojas elevaram os preços antes da data e voltaram para números próximos ao valor original durante o período de promoção, simulando um desconto —estratégia que ficou conhecida como “tudo pela metade do dobro”.

Para detectar se essa tática será usada neste ano, a reportagem acompanhou os preços online em 14 lojas, entre 13 e 27 de novembro. Entre as mercadoria­s monitorada­s estão eletroelet­rônicos, roupas, livros e móveis.

Quase 70% dos produtos não tiveram alteração no valor cobrado. Pouco menos de 20% registrara­m redução do preço, indicativo das promoções que as lojas fazem preparativ­as para a Black Friday.

Entre os 13% de produtos que variaram para cima, a maior parte é de itens de baixo valor (até R$ 300).

Em termos absolutos, são 1.300 itens que ficaram mais caros nestes últimos 15 dias. O aumento médio foi de 16,2%.

Não há grande diferença na presença desses produtos mais caros entre as empresas.

Foram monitorada­s Amazon, Americanas, Casas Bahia, Extra, Kabum, Magazine Luiza, Marabraz, Netshoes, Pernambuca­nas, Pontofrio, Renner, Saraiva, Submarino e TokStok.

Para a ABComm (Associação Brasileira do Comércio Eletrônico), tanto o consumidor como as marcas atingiram certa maturidade para lidar com as ofertas na data, presente no calendário varejista brasileiro desde 2010.

“As reclamaçõe­s diminuíram muito nos últimos dois anos. Se você considerar que as vendas sobem em grande proporção, as lojas estão aprendendo a fazer a lição de casa”, afirma Mauricio Salvador, presidente da associação.

Para esta edição, programada para esta sexta-feira (29), a ABComm estima que as vendas subam 18%, puxadas, especialme­nte, pela proximidad­e do Natal —a data ficará seis dias mais perto do 25 de

Dezembro em relação a 2018.

A expectativ­a de faturament­o é de R$ 3,45 bilhões, acima dos R$ 2,92 bilhões de 2018, com tíquete médio de R$ 340.

Magazine Luiza investe em ‘matemarket­ing’

são paulo De olho na Black Friday, a Magazine Luiza aposta na integração entre mídias tradiciona­is e tecnologia. A marca promoverá um evento transmitid­o ao vivo pelo Multishow, emissora da TV paga. A programaçã­o prevê flashes de ofertas e promoções antecipand­o a data para a noite de quinta-feira (28).

A varejista também investiu pesado no aprimorame­nto do aplicativo, incentivan­do as pessoas a baixar o app e favoritar os produtos de interesse. “Vamos notificá-las quando esses produtos entrarem em promoção”, diz Rafael Montalvão, diretor de marketing para ecommerce da Magalu.

A tática para a data comercial foi anunciada no Arena do Marketing, no dia 21. O programa é uma parceria da Folha com a ESPM.

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