Indústria de games cresce e busca profissionais
Instituições formulam cursos para fornecer aos alunos condições para criar e produzir jogos digitais
Jogos viraram coisa muito séria. A indústria de games é a maior do universo do entretenimento, muito maior em tamanho do que a de filmes ou a de música.
Em 2018, o mercado de games movimentou no mundo US$ 134 bilhões, segundo estudo da consultoria NewZoo. Já o de cinema registrou US$ 41,6 bilhões, enquanto o de música chegou a US$ 19,1 bi.
É um segmento que vem crescendo no planeta e, com isso, procura cada vez mais profissionais que possam criar e produzir games. Basicamente, os desenvolvedores trabalham em jogos em 2D (normalmente feitos para celulares e redes sociais) e em 3D (para consoles).
“O mercado no Brasil ainda está muito baseado nos jogos em 2D”, afirma o professor Luciano Silva, coordenador do curso tecnologia em jogos digitais da Universidade Presbiteriana Mackenzie. “A maioria dos jogos em 3D vêm do exterior, de países como Japão, Canadá, França. Porque desenvolver jogo em 3D é um processo caro, por isso as grandes empresas desse mercado ainda não têm muito incentivo para fazer isso aqui no país.”
Segundo Silva, um jogo em 2D tem um custo de aproximadamente US$ 30 mil dólares para ser feito. Já um em 3D pode alcançar os US$ 5 milhões, por causa da complexidade das animações, do áudio etc.
“No nosso curso, os alunos começam com a parte em 2D, para construir uma base sólida, e depois entram na área do 3D e saem sabendo trabalhar nesse setor”, diz o professor.
Devido a essa formação, muitos dos profissionais conseguem empregos em companhias estrangeiras. “Temos parcerias com faculdades no Canadá, por exemplo, e nossos alunos podem fazer parte do curso naquele país. E, assim, entram em contato com o mercado internacional”, diz Silva.
O curso do Mackenzie dá ênfase também à geração de portfólio e negócios em jogos. “Quando uma empresa vai contratar o profissional, ela quer ver o que o aluno já produziu. Então cada projeto que ele produz no curso é colocado no portfólio profissional”, afirma o professor.
“E temos também disciplinas voltadas para o empreendedorismo.”
No Mackenzie, a duração do curso é de cinco semestres. Outras instituições também oferecem opções semelhantes.
Na Cruzeiro do Sul, por exemplo, o curso tecnológico de jogos digitais tem a duração de quatro semestres. Os alunos terão atividades colaborativas, material didático impresso e digital e atividades interativas individuais e em grupo.
“O aluno que quiser fazer o nosso curso não precisa ter conhecimentos de programação ou de design”, afirma o coordenador do Mackenzie. “Ele vai receber uma base desde o primeiro semestre. Mas, quanto mais ele gostar de jogar, melhor.”
Temos também disciplinas voltadas para o empreendedorismo Luciano Silva, coordenador do curso de jogos digitais da Universidade Mackenzie