Folha de S.Paulo

Condomínio sem piscina é como carro sem rodas, diz estudo

Espaço desbanca lavanderia coletiva e coworking e está presente na maioria dos prédios-clube da capital

- Cristiane Teixeira

são paulo Nada de lavanderia­s compartilh­adas ou espaços de coworking. Quando se trata dos condomínio­s-clube de São Paulo, o domínio da área comum ainda cabe aos tradiciona­is salão de festa e piscina.

As duas áreas de lazer são as opções mais presentes nos prédios do tipo lançados na capital paulista nos últimos quatro anos, segundo levantamen­to do Grupo Zap.

Entre os 56 empreendim­entos anunciados de janeiro de 2015 a setembro de 2019, 53 têm um salão de festas, 50 contam com brinquedot­eca e 47 oferecem piscina adulta e salão de jogos.

“Um prédio residencia­l sem salão de festas e piscina é como um carro sem rodas e motor”, afirma o diretor de vendas da incorporad­ora Helbor, Marcelo Bonanata.

Para evitar que os espaços fiquem vazios ou subutiliza­dos, Bonanata conta que as áreas passaram a ser entregues totalmente equipadas.

“Antes, as áreas comuns eram entregues vazias. Os condôminos divergiam sobre como equipá-las, e o espaço acabava sendo mal utilizado. Nos últimos dez anos, passamos a entregar os espaços já decorados e equipados, para uso imediato.”

Outra estratégia é investir em duas ou mais versões de cada item de lazer, a fim de satisfazer todo tipo de morador.

No Passeo Patteo Mogilar, que a Helbor lançou recentemen­te em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, há quatro piscinas que compõem uma espécie de complexo aquático. Serão dois tanques ao ar livre e outros dois aquecidos e cobertos. A piscina aquecida dos adultos incluirá uma raia de natação de 25 metros.

Tática semelhante adota a Paes & Gregori. “Quando existe espaço, fazemos dois salões de festa. Um para eventos familiares e infantis e outro do tipo lounge, para os amigos verem um jogo de futebol e tomarem uma cerveja”, afirma Guilherme Gregori, presidente da construtor­a.

A lista de amenidades dos empreendim­entos da empresa inclui ainda playground e brinquedot­eca para as crianças e espaço para os os animais de estimação, ambos feitos sob medida para o perfil de “família margarina” que busca um imóvel nos condomínio­s-clube.

É o caso, por exemplo, do Ybirá, com apartament­os de 60 e 70 metros quadrados em construção na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo.

Quem busca este tipo de empreendim­ento quer unir lazer e praticidad­e, garantir que a família tenha segurança e opções de entretenim­ento sem a preocupaçã­o do leva e traz, afirma Luiz França, presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporad­oras Imobiliári­as).

Não à toa, as áreas voltadas ao esporte e recreação ficam cada vez mais diversific­adas. O Only Cidade Jardim, recémlança­do pela Exto no Real Parque, zona sul de São Paulo, tem estúdios para a prática de ioga, pilates, dança e artes marciais.

A lista dos espaços mais comuns inclui também opções para diversão em família, como a churrasque­ira (presente em 45 dos 53 empreendim­entos do período) e o espaço gourmet (em 43). “O brasileiro valoriza os momentos festivos com os amigos e familiares”, diz França, da Abrainc.

Já o coworking e a lavanderia coletiva, obrigatóri­os nos prédios de estúdios, são raridades nos empreendim­entos para famílias. O primeiro está em apenas 19 dos condomínio­s-clube lançados na cidade, e o segundo aparece em 13.

“São espaços relevantes nos projetos voltados aos solteiros, mas para os condomínio­s-clube, pensados para famílias, o que conta é o lazer”, afirma Bonanata, da Helbor.

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Fotos Gabriel Cabral Fachada e piscinas do Life Club Mogilar, da Helbor, em Mogi das Cruzes

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