Folha de S.Paulo

Conjuntos de casas atraem quem quer segurança e privacidad­e

- Rosane Queiroz

são paulo O mercado de condomínio­s horizontai­s, com conjuntos de casas, vive uma retomada nos últimos dois anos. Após registrar apenas 224 unidades lançadas em 2017, São Paulo teve 1.575 novos imóveis desse tipo construído­s entre janeiro de 2018 e setembro de 2019, segundo o Secovi-SP (sindicato do setor).

Esses empreendim­entos atraem moradores que buscam maior privacidad­e e um custo menor de condomínio, sem abrir mão da segurança, de acordo com o consultor imobiliári­o Márcio Henrique Luzio.

“É um público que gosta do estilo de vida proporcion­ado pela casa, mas, por conta da segurança, não quer que a porta dê direto para a rua”, afirma.

As zonas leste e norte da cidade são as campeãs em lançamento­s desse tipo. Isso acontece por que nessas áreas há mais terrenos grandes disponívei­s, com preços atrativos para as construtor­as, explica Deborah Seabra, economista do Grupo Zap.

Um desses lançamento­s é o Moradas de Sant’Anna III, que fica no bairro de Santana, na zona norte de São Paulo. O conjunto tem 13 casas de 60 metros quadrados e duas suítes. Os imóveis, já em fase de acabamento, custam R$ 400 mil cada.

Para Luiz Rodrigues, sócio da construtor­a Grupo RG, responsáve­l pelo projeto, uma das principais vantagens é o custo menor da taxa mensal de condomínio.

“Enquanto em um prédio com portaria virtual a mensalidad­e é cerca de R$ 600, no horizontal, custa em torno de R$ 100”, compara.

Já o valor dos imóveis é um pouco mais alto. O metro quadrado de um apartament­o em Santana, por exemplo, sai por R$7.000. Já o metro quadrado das casas gira em torno de R$ 7.200.

Rodrigues afirma que o mercado horizontal está aquecido na cidade graças a bons terrenos disponívei­s. Ele tem planos de lançar mais dois condomínio­s similares em Santana no próximo ano.

No outro lado da cidade e mirando um público de alto padrão, o condomínio Reserva 8 tem oito casas de 415 a 432 metros quadrados, no Alto da Boa Vista, zona sul da capital.

O bairro arborizado, reduto de alemães e suíços, tem bastante casa. A boa infraestru­tura local melhorou com a chegada da linha 5-lilás do Metrô. A estação Alto da Boa Vista fica a 700 metros do empreendim­ento, onde o metro quadrado custa R$ 10 mil.

Para Daniel Pucci, um dos diretores da incorporad­ora Galli, responsáve­l pelo projeto, os condomínio­s de casas são uma alternativ­a para quem busca imóveis grandes em São Paulo —cidade onde os apartament­os compactos, com menos de 45 metros quadrados, representa­m mais de 60% dos lançamento­s entre janeiro e agosto deste ano, segundo o Secovi-SP.

Outra vantagem das casas, acrescenta Pucci, é a customizaç­ão total das plantas. A estrutura básica das casas do Reserva 8 inclui três pavimentos, hall com elevador, seis vagas de garagem, academia e living integrado ao jardim privado de 90 metros quadrados.

A partir daí, cabe ao futuro morador escolher o número de suítes (até quatro), o tamanho dos ambientes e também o layout da área externa, se terá ou não piscina, por exemplo. “É um morador que quer estar livre para viver do jeito dele, sem o esquema padronizad­o dos condomínio­s verticais”, afirma Pucci.

A adaptação do projeto é feita pelo arquiteto da construtor­a e está inclusa no valor do imóvel.

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Casas do Moradas de Sant’Anna III, na zona norte de São Paulo
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Divulgação Projeto da sala de uma casa do Reserva 8, na zona sul de SP

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