Folha de S.Paulo

Disputa no PSL-RJ faz amigo de Bolsonaro perder emprego

Ex-motorista é demitido da Alerj em meio à guerra entre presidente e Witzel

- Catia Seabra e Italo Nogueira

ri ode janeiro Aguerra inter nano PSL-RJ entre aliados de Jair Bolsonaro e do governador Wilson Witzel (PSC) atingiu um amigo de longa data do presidente da República: seu ex-motorista Ronald Generoso da Silva.

Sargento do Corpo de Bombeiros,que por mais de uma década trabalhou a ola dodo atual presidente, Generoso perdeu o cargo na Alerj (Assembleia Legislativ­a do Rio de Janeiro) em meio à disputa no partido —e só descobriu uma semana depois, sem receber explicaçõe­s.

Com um salário líquido de R$ 4.847, ele prestava serviço ao gabinete do deputado estadual Rodrigo Amorim (PSLRJ), embora estivesse nomeado na liderança da sigla, comandada pelo deputado Dr. Serginho (PSL-RJ).

Rodrigo Amorim ficou conhecido por quebrar uma placa com nome da vereadora Marielle Franco (PSOL) na última eleição, durante comício do atual governador do Rio. Apesar de ter feito sua campanha colada à do senador Flávio Bolsonaro (eleito pelo PSL e hoje sem partido), ele é visto na bancada bolsonaris­ta como independen­te por sua proximidad­e com Witzel.

Dr. Serginho, por sua vez, vincula-se ao grupo próximo do presidente da República.

Generoso foi exonerado em uma sexta-feira (22), segundo publicação do Diário Oficial. O bombeiro, porém, só se deu conta na quinta-feira da semana passada (28), ao tentar, sem sucesso, sacar seu salário no banco. Ao consultar a liderança, ele foi informado de sua exoneração.

“Ninguém me avisou, nem deu justificat­iva. Simplesmen­te fui exonerado”, relata Generoso, informado do corte após buscar esclarecim­entos na liderança do PSL.

Questionad­o sobre sua relação com Bolsonaro, Generoso conta que foi colaborado­r do presidente por muito tempo. “Tenho uma amizade muito grande dele [Bolsonaro].

Pelo menos, tinha”, afirmou ele, que se considera vítima de uma retaliação.

O líder da bancada afirmou que “cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração”. “Ele foi exonerado. Já foi nomeada outra pessoa”, disse Dr. Serginho.

Para integrante­s do partido, esseém ais um capítulo da disputados deputados, divididos entre os que pretendem seguir Bolsonaro —recém-desfiliado do PSL para criar uma nova sigla, a Aliança pelo Brasil — e os que apoiam Witzel, hoje desafeto do presidente.

No dia da exoneração de Generoso, Witzel tinha requisitad­o de volta os policiais que estavam cedidos aos gabinetes de cinco deputados do PSL, coincident­emente os maiores opositores do governador.

Liderada por Dr. Serginho, abancada obteve na Justiça o direito de manter os agentes em suas escoltas. Os bolsonaris­tas prometem apresentar ao Ministério Público denúncia de que Witzel persegue seus adversário­s e montou um bunker no Palácio Guanabara para investigá-los.

Um dos relatos a serem apresentad­o sé a falade Bolso na rode que o governo do Rio teria vazado informaçõe­s sigilosas na tentativa de envolver sua família no assassinat­o da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. A inclusão dessa acusação levaria a denúncia à Procurador­ia-Geral da República.

“Existe uma testemunha de referência queéo próprio presidente da República”, disse Dr. Serginho.

Segundo ele, Witzel também expôs os parlamenta­res arisco ao requisitar os policiais mesmo depois de o próprio governodel­es sobre ameaça de morte. O deputado recebeu um relatório da inteligênc­ia sobre o perigo que corria.

Já o deputado federal Otoni de Paula (PSC) foi à tribuna da Câmara para acusar o governador fluminense de tentar intimidá-lo. Ele diz que, após criticá-lo publicamen­te, recebeu mensagem de Witzel com uma foto dele de toga, vestimenta usada por juízes, e afra se :“Para você lembrar de onde eu vim”.

Em nota, a assessoria do governador negou a existência de produção de dossiês no Palácio Guanabara.

“Não existe nenhum bunker no Palácio Guanabara, local de trabalho da administra­ção estadual, aberto permanente­mente ao público e a visitantes diários interessad­os em temas de governo e não em teorias conspirató­rias sem fundamento ”, diz anota.

O conflito entre a família Bolsonaro e Witzel começou no fim de setembro, após o governador afirmar em uma entrevista que sua eleição não se deveu ao apoio de Flávio Bolsonaro ou à sua vinculação ao atual presidente.

O senador chegou a declarar que seus aliados deveriam rumar para a oposição ao governador na Alerj, mas depois recuou e afirmou que seriam “independen­tes”.

Após a revelação da menção a ono mede Bolso na rono inquéritos obre o assassinat­o de contudo, a relação ques e azedara foi presidente atribuiu a Witze la inclusão dese uno meno caso, o que o governador nega.

Flávio e Witzel discutiram publicamen­te no Twitter. O governador criticou a atuação da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal no combate à entrada de armas e drogas no país. O senador respondeu chamando o ex-aliado de “traidor” e “mentiroso”.

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Ronald Generoso no Isntagram Jair Bolsonaro com Ronald Generoso da Silva em confratern­ização

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