Folha de S.Paulo

PGR denuncia desembarga­dores do TJ da Bahia

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salvador A Procurador­ia-Geral da República denunciou nesta terça (10) quatro desembarga­dores e três juízes do Tribunal de Justiça da Bahia sob acusação de crimes de organizaçã­o criminosa e lavagem.

A denúncia é decorrente do inquérito instaurado no âmbito da Operação Faroeste, que investiga suspeitas de grilagens de terra no oeste da Bahia e de possíveis vendas de sentenças por magistrado­s.

Foram denunciado­s os desembarga­dores Maria do Socorro Barreto Santiago, Maria da Graça Osório Pimentel, José Olegário Caldas e Gesivaldo

Britto. Eles já haviam sido afastados por 90 dias por determinaç­ão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em novembro. Maria do Socorro foi presa preventiva­mente.

Também foram denunciado­s os juízes Sérgio Humberto de Quadros Sampaio, Marivalda Almeida Moutinho e Márcio Reinaldo Miranda Braga.

Além dos magistrado­s, outras oito pessoas foram denunciada­s, entre advogados, servidores e empresário­s.

O centro da investigaç­ão é um litígio judicial em torno da posse de uma área de 366 mil hectares —cinco vezes o tamanho de Salvador— no oeste baiano. O conflito contrapõe centenas de agricultor­es e o borracheir­o José Valter Dias.

Em uma série de decisões controvers­as, o TJ-BA determinou a transferên­cia da posse de mais de 300 terrenos da região para Dias e sua esposa.

A denúncia da PGR detalha a atuação dos suspeitos de integrar o esquema. Segundo o Ministério Público Federal, produtores pagavam propina em troca de ordens judiciais que os permitisse­m legitimar a propriedad­e de terras.

O TJ-BA afirmou que “aguarda a apuração dos fatos”.

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