Pirralha com causa
Bolsonaro chama Greta Thunberg de pirralha, e ela adota termo em rede social
brasília O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta terçafeira (10) o espaço dado pela opinião pública à ativista sueca Greta Thunberg, 16, que tem ganhado destaque mundial na luta contra os efeitos das mudanças climáticas.
Na entrada do Palácio do Alvorada, onde parou para cumprimentar um grupo de eleitores, ele chamou a jovem de “pirralha” ao ser questionado sobre o assassinato de Raimundo Guajajara e Firmino Guajajara, indígenas da etnia guajajara, no sábado (7), em Jenipapo dos Vieiras (a 506 km ao sul de São Luís), no Maranhão.
“Qual o nome daquela menina lá? De fora, lá? Greta. A Greta já falou que os índios morreram porque estavam defendendo a Amazônia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí. Pirralha”, disse Bolsonaro nesta terça.
O presidente afirmou que “qualquer morte preocupa” no país e que o governo quer fazer cumprir a lei e reduzir o desmatamento ilegal no país.
“Preocupa, qualquer morte preocupa. Nós queremos cumprir a lei, somos contra o desmatamento ilegal, somos contra a queimada ilegal. Tudo que for contra a lei nós somos contra”, disse.
Após a crítica de Bolsonaro, a palavra “pirralha” foi inserida na descrição do perfil oficial de Greta nas redes sociais. Em agosto, a conta da ativista também foi alterada em uma resposta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Na época, ele ironizou a jovem e afirmou que ela parecida ser uma garota “muito feliz”, referindo-se ao semblante sério dela. Após a declaração, a qualificação “muito feliz” foi incluída pela sueca em sua descrição no Twitter.
No domingo (8), Greta disse que as populações indígenas têm sido mortas no Brasil por proteger a floresta amazônica. Desde 2013, os guajajaras atuam contra crimes ambientais, em um grupo chamado Guardiões da Floresta.