Folha de S.Paulo

PEC propõe abono salarial menor caso não haja dinheiro

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brasília Mais uma vez, n o governo de Jair Bolsonaro, o Congresso volta a discutir mudanças que afrouxam as regras do abono salarial.

Esse benefício é destinado a trabalhado­res de baixa renda e funciona como um 14º salário, pago pelo governo.

Hoje, quem tem carteira assinada e recebe até dois salários mínimos (R$ 1.996 neste ano) mensais, em média, tem direito ao abono, cujo valor é de até um salário mínimo (R$ 998 neste ano).

Mas o relator da PEC Emergencia­l, senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), sugeriu alterações. A PEC determina medidas para o ajuste nas contas públicas. A nova versão do texto prevê que o valor do benefício poderá variar conforme a renda do trabalhado­r.

O abono continuari­a a atender só a quem tem trabalho formal e renda de até dois salários mínimos, mas o valor a ser pago não seria mais ditado pela Constituiç­ão, e sim negociado todo ano a depender do caixa do governo.

As faixas de valores dependerão do orçamento para o pagamento do abono. Quem tem menor renda poderá receber abono maior do que os de maior remuneraçã­o. O relatório do senador está em linha com a equipe econômica de Bolsonaro, que quer reduzir despesas. A PEC da Emergência Fiscal cria gatilhos para quando União, estados e municípios tiverem problemas financeiro­s; permite redução de 25% da jornada do servidor com redução equivalent­e na remuneraçã­o; proíbe promoção de funcionári­o (com exceções), dar reajuste, criar cargo, reestrutur­ar carreira, e fazer concurso; e suspende criação benefícios tributário­s.

O Senado só deve votar o projeto em 2020. Thiago Resende e Daniel Carvalho

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