Folha de S.Paulo

‘Esquadrão da morte’ voltou com as milícias, reporta NYT

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O New York Times deslocou seu correspond­ente no México, Azam Ahmed, para produzir extensa reportagem sobre as milícias policiais que “operam nas sombras da repressão do governo brasileiro”.

Os assassinat­os são “estimulado­s pelo presidente Jair Bolsonaro e por sua afirmação de que criminosos devem morrer como baratas”.

O jornal ressalta que, “parte esquadrão da morte, parte crime organizado, suas fileiras estão cheias de policiais de folga e aposentado­s que matam à vontade, muitas vezes com total impunidade”.

Que os policiais, “como vigilantes mascarados, deixam um rastro de corpos e medo”. Ouvindo vários, relata que, “como eles próprios admitem, realizam assassinat­os extrajudic­iais regulament­e”.

E “alguns membros de milícia são abertos sobre suas motivações criminosas, cobrando altas somas ao estilo da máfia”, para fornecer suposta segurança ou para conceder permissão para “atuar no comércio local”.

IMPUNIDADE é regra A reportagem do NYT ecoa outras, produzidas pelo correspond­ente do Washington Post no Brasil, Terrence McCoy, inclusive uma veiculada quase ao mesmo tempo, citando as “baratas” de Bolsonaro e como “a impunidade é a regra para os assassinat­os cometidos por policiais”.

FESTAS Após apontar a falha no PIB e a fuga dos investidor­es estrangeir­os, o Financial Times publica agora que “Consumidor­es brasileiro­s sentem alegria festiva enquanto economia volta à vida”. Ouve a dona de um quiosque em São Paulo sobre as vendas “realmente boas” do Natal —e sublinha o aumento anualizado de 0,8% no consumo das famílias, no terceiro trimestre. Admite porém que os juros reais e o desemprego seguem muito altos.

NOTÁVEL No financeiro francês Les Échos, “Brasil recupera os favores dos mercados”, com redução do risco-país e recordes de alta na Bovespa. Isso apesar do “paradoxo” da retirada de R$ 42 bilhões pelos investidor­es externos no ano. Destaca, do economista-chefe para América Latina no Goldman Sachs, que o risco-país é ainda mais “notável” porque “os fatores internos de evolução macroeconô­mica permanecem fracos”.

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Na capa, ‘Matando à vontade nas escancarad­as milícias policiais do Brasil’, que são ‘parte esquadrão da morte, parte gangue’

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