Folha de S.Paulo

Os pré-candidatos democratas que participar­am do evento

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Andrew Yang empresário

Yang talvez tenha dito a melhor frase da noite. Ou pelo menos a mais autoconsci­ente. “Eu sei o que você está pensando, América: como ainda estou neste palco com eles?”, disse em sua declaração final. Então seguiu para seu tema típico — criar uma renda básica universal para todos os americanos—, como fez em todos os debates. É improvável que seja o suficiente para lhe conseguir uma indicação presidenci­al, mas poderia aumentar sua probabilid­ade nos primeiros Estados que indicam candidatos, como as campanhas rivais que desistiram jamais esperaram.

Pete Buttigieg prefeito de South Bend, Indiana

Depois de chegar ao topo das pesquisas em Iowa, Buttigieg finalmente se viu atacado em um debate. Ele tentou neutraliza­r os ataques argumentan­do que seus críticos estavam sendo ingênuos sobre o que seria necessário para derrotar Trump, e que ele era um candidato mais formidável do que sua idade (37 anos) poderia sugerir. “Esta é a nossa única chance de derrotar Trump, e não devemos fazê-lo com uma mão amarrada nas costas”, disse em resposta às críticas de Warren sobre suas práticas de captação de recursos. E quando Klobuchar o mirou por perder uma eleição estadual e sua candidatur­a a presidente do Comitê Nacional Democrata, ele revidou: “Se você quer falar sobre capacidade de vencer, tente formar uma coalizão para trazêlo de volta ao cargo com 80% dos votos como um cara gay na cidade de Mike Pence em Indiana”, disse Buttigieg.

Elizabeth Warren senadora

Warren tem aumentado suas críticas a Buttigieg e, no debate, ela o confrontou por arrecadar dinheiro em um evento “em uma adega de vinho cheia de cristais. “Bilionário­s em adegas de vinho não devem escolher o próximo presidente dos EUA”, disse ela, argumentan­do que os democratas deveriam rejeitar grandes contribuin­tes. E Warren sugeriu que a arrecadaçã­o de fundos de Buttigieg poderia comprometê-lo, no que foi o conflito mais aguçado do debate.

“Se você não consegue se levantar e dar os passos que são relativame­nte fáceis, não consegue enfrentar os ricos e bem conectados quando é fácil, quando você é candidato, então como o povo americano pode acreditar que você vai enfrentar os ricos e bem conectados quando for presidente?” Sua ofensiva contra o prefeito represento­u o reconhecim­ento de que ela precisava ganhar terreno contra ele em Iowa.

Joe Biden ex-vice-presidente

O argumento de Biden sobre ser o candidato mais elegível é cada vez menos o subtexto de sua campanha

—é o próprio texto. “Quem tem a melhor chance, a mais provável, de derrotar Donald Trump, quem tem a maior probabilid­ade de fazer isso?”, perguntou. Na maior parte da noite, porém, Biden evitou afirmar por que seria ele o democrata com maior probabilid­ade de derrotar Trump. Em vez disso, alardeou seu conhecimen­to das relações exteriores e se gabou de que está há quase meio século na política. “Com a minha experiênci­a vêm o bom julgamento e um pouco de sabedoria”, disse. Biden teve um de seus melhores desempenho­s em debate na quintafeir­a, em parte porque conseguiu fazer um discurso sucinto de sua viabilidad­e —e ainda mais porque assistiu a dois de seus rivais mais ameaçadore­s em Iowa, Buttigieg e Warren, se emaranhare­m.

Bernie Sanders senador

Sanders não costuma defender a tese de sua elegibilid­ade. Ele é mais treinado para delinear sua visão de “uma revolução política”.

Mas no debate o socialista-democrata disse que a melhor oportunida­de que os democratas têm de ganhar no próximo ano é energizand­o novos eleitores.

“Vamos falar sobre como vencemos uma eleição, algo que todo mundo aqui quer fazer em termos de derrotar o presidente mais perigoso da história americana”, disse ele. “Então, deixem-me dizer como se vence: tendo a maior participaç­ão de eleitores na história dos EUA. E você não tem a maior participaç­ão de eleitores se não criar energia e entusiasmo.” Era o Sanders clássico —afirmando que os democratas vencem mobilizand­o os eleitores progressis­tas, em vez de persuadir os moderados--, e surgiu em um debate no qual ele passou repetidame­nte sua mensagem populista.

Amy Klobuchar senadora

Klobuchar não teve rival na quinta-feira em relação ao argumento da elegibilid­ade.

Ela recorreu a suas raízes no meio-oeste com frequência, argumentan­do que ganhar com folga, como disse ser capaz, seria a única maneira de enfrentar as mudanças climáticas. Vangloriou­se de sua capacidade de conquistar eleitores rurais e suburbanos e atacou Buttigieg, destacando suas disputas perdidas. “Deveríamos ter alguém encabeçand­o esta chapa que realmente ganhou e foi capaz de mostrar que pode obter o apoio do qual vocês falam, com republican­os moderados e independen­tes, além de uma base democrata entusiasma­da, e que não fez isso apenas uma vez”, disse ela, citando suas três vitórias estaduais.

Tom Steyer ex-gerente de fundos hedge

Steyer, um bilionário, continua nos debates graças à sua forte publicidad­e autofinanc­iada. Mas ele reconhece claramente que deve apresentar uma razão mais precisa de por que deve ser o candidato. “Minha experiênci­a em construir uma empresa, entender como fazer isso acontecer, significa que posso enfrentar Trump e derrubá-lo sobre economia e expôlo como uma fraude e um fracasso”, afirmou ele na quinta-feira. “E acho que sou diferente das outras pessoas neste palco. Acho que precisamos de uma maneira diferente e não convencion­al de atacar um presidente diferente e não convencion­al.”

Mas Steyer corre o risco de ser abafado pelo barulho dos comerciais de TV sendo exibidos por um autofinanc­iado ainda mais rico, que não estava no palco, mas está subindo lentamente nas pesquisas:

Michael Bloomberg.

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