Folha de S.Paulo

Em meio a crise diplomátic­a com Bolívia, México exige respeito a direito de asilo

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são paulo O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, pediu nesta sexta (27) que o governo interino da Bolívia respeite o direito de asilo das nove pessoas que estão na embaixada mexicana em La Paz.

Após Evo Morales renunciar à Presidênci­a, em 11 de novembro, e deixar o país rumo ao México, diversas pessoas próximas ao agora ex-presidente se asilaram na embaixada mexicana em La Paz, muitas delas acusadas pelo governo interino de Jeanine Añez de crimes como sedição e revolta armada.

A embaixada, no entanto, nega-se a entregá-los, enquanto La Paz se recusa ada rosalvo-conduto necessário para que possam sair do país em segurança.

As tensões diplomátic­as entre México e Bolívia se agravaram nos últimos dias.

Na quarta-feira (25), o governo mexicano havia anunciado que recorreria à Corte Internacio­nal de Justiça (CIJ) para denunciar o que considera ser uma vigilância policial intimidató­ria contra sua embaixada na Bolívia.

Desde o início da semana, o México afirma que sofre “intimidaçã­o e amedrontam­ento” por uma “excessiva” presença de serviços de inteligênc­ia e de segurança bolivianos no local.

O governo boliviano, por sua vez, respondeu que existem ameaças “críveis” de ataques contra a embaixada por parte de movimentos sociais e indígenas.

A chanceler da Bolívia, Karen Longaric, afirma que foi a própria embaixador­a mexicana que pediu o reforço da segurança no mês passado, por se sentirem assediados por protestos de movimentos sociais.

Evo deixou o poder pressionad­o pelas Forças Armadas e por grandes protestos nas ruas, depois de uma eleição presidenci­al que a OEA (Organizaçã­o dos Estados Americanos) disse ter sido fraudada aseu favor.

Logo após renunciar, aceitou a oferta de asilo político do México, país que deixou neste mês para se mudar para a Argentina, onde está na condição de refugiado.

No Twitter, Efrain Guaderrama, diretor de mecanismos regionais americanos no ministério de Relações Exteriores do México, afirmou que o governo de seu país havia convocado a encarregad­a de negócios da embaixada boliviana no Montecinos, para que ela explicasse osa tosque consideram intimidató­rios.

Além disso, pediram conversas para discutir o pedido de salvo-conduto para os asilados na embaixada mexicana, mas não houve resposta. A chanceler boliviana Longaric teria cancelado a reunião solicitada por diplomatas mexicanos.

Na quinta, o governo de Añez acusou Evo de “usurpar funções” após o ex-presidente boliviano inaugurar, por telefone, um mercado no vilarejo de Entre Ríos, no sul da Bolívia. Ele foi convidado para participar do evento pelo sub-governador da província de O’Connor, Wálter Ferrufino, membro do MAS (Movimento para o Socialismo).

O ministro da Presidênci­a da Bolívia, Yerko Núñez, braço direito de Añez, afirmou no Twitter que era “engraçado, mas ao mesmo tempo revoltante” e que Evo “usurpa funções e aumenta alista de delitos pelos quais terád eres ponderà Justiça boliviana ”.

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