O ano em memes
Com um governo tão atípico, 2019 foi um prato cheio para os memes. Relembre algumas piadas que dominaram as redes sociais
PSL X PSL
A sigla esteve longe de ser coesa. As primeiras rupturas surgiram no início do ano e se acentuaram em outubro na disputa pela liderança da Câmara. Após uma batalha de listas, o posto acabou com Eduardo Bolsonaro. Veio à tona um áudio em que o derrotado Waldir chamava o presidente de vagabundo e dizia que iria implodir o governo
Cilada, cilada
Em março, Bolsonaro e Trump se encontraram na Casa Branca, o que aumentou o amor do brasileiro. Para agradar o americano, o Brasil fez uma série de concessões. Mas sofreu banhos de água fria, como a não menção de apoio à entrada na OCDE e a retomada de taxas de importação de aço e alumínio. Não era amor —era cilada
Dilmou
Bolsonaro, que tanto critica o governo de Dilma, “dilmou“. Foi em abril, quando interferiu no preço do diesel. A intervenção na política de preços da Petrobras foi prática da petista, amplamente criticada pelo mercado e pela oposição da época. O ato do presidente foi contra seu discurso liberal. Uma imagem resume o ato
Nova Tabata
Em julho, a reforma da Previdência avançou na Câmara. Havia muita coisa para a esquerda brasileira se preocupar. Mas boa parte dela preferiu o debate em torno de Tabata Amaral (PDT-SP), que votou a favor da proposta. Usando uma expressão de 2019, a esquerda “cancelou” Tabata, que entrou para o Novo nos memes
Pistoleiro-geral da República
Afastado do noticiário desde a posse de Raquel Dodge, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou que entrou uma vez no STF armado com uma pistola com a intenção de matar Gilmar Mendes, por insinuações que ele teria feito sobre sua filha. Na internet, ele se tornou o pistoleiro-geral da República
Hacker russo de Araraquara
Em julho, a Polícia Federal prendeu quatro suspeitos de hackear celulares de Moro e Deltan. Um dos presos, Walter Delgatti Neto, 30, era de Araraquara (SP). Teorias da conspiração na internet criadas por um tal de Pavão Misterioso diziam que o hacker era russo. Os memes, no entanto, revelaram a verdadeira origem
Conversa animal
Com um governo movido pelas redes, não é de espantar que uma briga em emojis entre nesta retrospectiva. Protagonizaramna o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP). —Porco, rato, cobra, galinha, lula. —Veado, veado, veado, rato branco, rato cinza, rato cinza
Amazônia
Com o Brasil batendo recorde atrás de recorde de desmatamento, a Amazônia esteve o ano inteiro no noticiário. A solução do governo foi apontar como culpados os dados do Inpe, gestões anteriores, a cultura do brasileiro e Leonardo DiCaprio. Leonardo DiCaprio? Sim. Nas redes, as pessoas descobriram como o artista botou fogo na Amazônia
Carne
Uma das regras universais dos memes é que, se algo atinge o bolso das pessoas, em pouco tempo virará um. E com a carne aconteceu exatamente isso. Em meados de novembro, o preço dela disparou —por fatores como o boom de importação da China e a entressafra— e as brincadeiras rechearam as redes sociais
Deepfake
Em junho, as deepfakes —vídeos modificados— entraram em uma nova era. E Bolsonaro colaborou. Na saída do Palácio do Planalto, comentou sua relação com o Congresso. “Pô, querem me deixar como rainha da Inglaterra? Este é o caminho certo?”, indagou. Horas depois, o criador de conteúdo Bruno Sartori fez um vídeo que viralizou