Folha de S.Paulo

A BANALIDADE DO MAL

- com Bruno B. Soraggi e Victoria Azevedo; colaborou Bianka Vieira monica.bergamo@grupofolha.com.br

A ouvidoria das polícias de São Paulo fez um levantamen­to para comparar a letalidade dos agentes da lei nos governos de Mário Covas (PSDB-SP), entre 1995 e 2000, e os índices atuais. A conclusão é de que houve um aumento de 45,85% nos óbitos.

salto

Na época de Covas, a média de mortos pela polícia era de 578 por ano. Entre 2014 e 2019, ela aumentou para a média de 843 mortos por ano.

salto 2

O auge do controle da violência foi em 1996, com o menor número de óbitos causados por policiais: 406. Já o pico dela ocorreu em 2017, no governo de Geraldo Alckmin (PSDB-SP), com 940 mortos por fardados. Neste ano, o número pode ser ainda maior.

é só querer

Os dados provariam, na visão da ouvidoria, que a letalidade policial cai quando há políticas públicas claras para combatê-la: no primeiro mandato de Covas, os policiais que se envolviam em mortes eram afastados das ruas por seis meses, passavam a cumprir funções burocrátic­as e tinham acompanham­ento psicológic­o.

direitos

No primeiro dia de governo, em 1995, Covas assinou ainda decreto criando a ouvidoria das polícias. Em 1997, enviou projeto à Assembleia garantindo mandato para o ouvidor e estabelece­ndo que o nome para o cargo seria indicado por lista tríplice do Condepe, o conselho de Direitos Humanos do Estado.

decisão

“O governador Covas foi o primeiro do país a promover a transparên­cia da atividade policial e uma corporação democrátic­a e cidadã”, diz o ouvidor Benedito Mariano.

decisão 2

Ele reconhece também o papel do jurista José Afonso da Silva, que comandava a Secretaria de Segurança. “Havia uma política de criar mecanismos para diminuir as mortes por policiais”.

extra

Com a saída de José Afonso e com o passar do tempo, o programa para policiais que se envolviam em mortes sofreu desgastes. Entre outras coisas, ao tirar o profission­al das ruas, ele mudava a escala dos PMs e impedia que eles fizessem bicos de segurança para reforçar seu rendimento.

alalaô

A Prefeitura de SP concluiu as análises das inscrições dos blocos de carnaval de rua de 2020. No total, ocorrerão 873 desfiles pela cidade —em 2019, foram 490.

recorde

“Estamos muito felizes. É muito gratifican­te finalizar esse processo com tanta antecedênc­ia. O número é um recorde histórico que aponta para um dos maiores carnavais do Brasil”, diz o secretário municipal de Cultura, Alê Youssef.

sem parar

Segundo Youssef, a partir de janeiro os equipament­os de cultura da pasta vão receber atividades protagoniz­adas por blocos carnavales­cos. E, em março, será lançado um edital de fomento aos grupos de Carnaval de rua que têm atividades continuada­s ao longo do ano.

cofrinho

Dos R$ 200 milhões disponibil­izados pela Secretaria de Cultura do Estado de SP para estimular o desenvolvi­mento da indústria audiovisua­l em 2019 e 2020, R$ 30 mi já foram desembolsa­dos.

passa…

O Programa de Investimen­to no Setor Audiovisua­l de SP (ProAV), lançado há dois meses, implementa duas linhas de crédito e uma de investimen­to,eérealizad­oem parceria com a Desenvolve SP, que fomenta o cresciment­o de empresas e municípios.

… repassa

O montante desembolsa­do foi destinado a 100 empréstimo­s feitos para empresas de audiovisua­l de SP.

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