Brasil precisa ser mais bem representado, declara Huck
davos O apresentador Luciano Huck atraiu a maior parte das atenções durante o painel de que participou na reunião do Fórum Econômico Mundial, nesta quinta (23), sobre os protestos de rua na América Latina, mas evitou polêmicas.
Falando sobre desigualdade, educação e ambiente, foi chamado ao menos duas vezes de “próximo presidente do Brasil” — pelo escritor e youtuber brasileiro Raiam Santos e pela secretária executiva da
Comissão Econômica para América Latina e Caribe da ONU, Alicia Bárcena Ibarra.
Huck, que é visto como potencial candidato à Presidência em 2022, desviou do epíteto. Indagado após o evento sobre os temas que abordou no almoço e as ações do Brasil na área, disse que o país merecia representação melhor no exterior. “O Brasil precisa ser mais bem representado, para além da economia”, afirmou.
“Quando você lê a carta do professor [Klaus] Schwab desta edição do Fórum e ela claramente aponta para discutir ideias que possam gerar crescimento com redução da desigualdade, eu adoraria poder
“Sem dúvida a gente entregou números importantes do ponto de vista econômico [em Davos], mas a gente estava fora dos painéis de educação, desigualdade e Amazônia
Luciano Huck em Davos
ver o país bem representado em painéis além dos painéis econômicos”, afirmou, aludindo ao ministro Paulo Guedes (Economia), celebrado por investidores no Fórum.
“Sem dúvida a gente entregou números importantes do ponto de vista econômico, mas a gente estava fora dos painéis de educação, desigualdade e Amazônia.”
No almoço, que reuniu o cocriador do movimento anarquista americano Occupy, Micah White, e outros líderes da sociedade civil, Huck contou uma história de superação que registrou em seu programa, falou da importância da educação e esboçou um ponto de vista sobre ambiente.
“Temos 80% da Amazônia que não sabemos a quem pertencem, estão em uma zona cinzenta, então temos de pensar na Amazônia também nas pessoas, não nas árvores” disse aos convidados, sem elaborar, aparentemente referindose à área protegida da floresta.
É uma opinião consonante com a do governo Bolsonaro, que defende maior desenvolvimento econômico para a região da floresta, mas é criticado por sua inação ambiental. O ministro Ricardo Salles (Ambiente) não viajou para Davos.
Na plateia havia executivos brasileiros como Wilson Ferreira Junior, presidente da Eletrobras, e o vice-presidente do Bradesco, Mauricio Minas. E aliados de dois possíveis concorrentes de Huck em 2022: a secretária de desenvolvimento econômico de São Paulo, Patricia Ellen, que viajou com o governador João Doria (PSDB), e o presidente do BNDES sob Bolsonaro, Gustavo Montezano.
Leia mais sobre o Fórum Econômico Mundial em Mercado e Ambiente