Folha de S.Paulo

Tóquio 2020

Sete locais de competição da edição deste ano foram usados há mais de cinco décadas

- João Gabriel

Com arenas usadas em 1964, Olimpíada do Japão mesclará passado e presente

são paulo Talvez nenhum lugar ilustre melhor a união entre passado e presente na Olimpíada de Tóquio-2020 como o novo estádio olímpico.

O evento no Japão começará em seis meses, dia 24 de julho, e irá até 9 de agosto. Os Jogos Paraolímpi­cos vão de 25 de agosto a 6 de setembro.

A estrutura do principal palco de Tóquio é recente, foi inaugurada em dezembro de 2019, mas construída no lugar onde ficava o antigo estádio olímpico, posto de pé para a edição de 1964 do evento.

Neste ano, o local receberá as cerimônias de abertura e encerramen­to, jogos de futebol e provas de atletismo.

Seu novo projeto arquitetôn­ico, assinado por Kengo Kuma, usa elementos de madeira que rementem à cultura tradiciona­l japonesa e também um teto de vidro para melhor aproveitar a luz natural do sol.

Há outros seis locais utilizados durante a edição de 56 anos atrás dos Jogos que serão reutilizad­os durante as competiçõe­s deste ano.

O Ginásio Metropolit­ano, o estádio Yoyogi e o lendário Nippon Budokan, conhecido como o templo do judô, são alguns exemplos. Os edifícios são assinados por arquitetos renomados, como Fumihiko Maki e Kenzo Tange.

A edição de 1964 simbolizou para o mundo o reestabele­cimento do Japão, que ansiava retornar à elite das potências globais após a ocupação do país pelas tropas aliadas que sucedeu o fim da Segunda Guerra Mundial.

Quem visitar a nação para assistir à Olimpíada deste ano irá se deparar não só com construçõe­s históricas, mas também com enormes centros de convenção comercial e ilhas artificiai­s, fruto da expansão comercial de sua capital no final do século 20.

O cenário moderno também estará presente no ambiente dos Jogos, que terá provas acontecend­o, por exemplo, no Fórum Internacio­nal de Tóquio, um dos principais centros de negócios do país.

Já na ilha artificial de Odaiba,

situada na baía de Tóquio, foram construída­s a Ariake Arena, o Centro de Ginástica, o Parque de Esportes Urbanos e o Ariake Tennis Park.

A primeira, que receberá o vôlei, além do basquete em cadeira de rodas na Paraolimpí­ada, é nova e também uma das duas estruturas que ainda não foram entregues.

Segundo a organizaçã­o dos Jogos, sua inauguraçã­o está prevista para fevereiro, assim como a do Centro Aquático.

O Centro de Ginástica e o Parque de Esportes Urbanos são arenas temporária­s e serão desmontada­s após a realização do evento.

Já o Tennis Park não é novo. Atualmente, sedia um torneio da categoria ATP 500, no circuito masculino, e um Premier, no circuito feminino.

Das 41 arenas (a organizaçã­o cita 43, pois contabiliz­a cada um dos três halls do centro de convenção Mukahari Messe separadame­nte), 8 construçõe­s são novas e permanente­s. Outras 10 são temporária­s.

Bem no centro do mapa das arenas ficará a Vila Olímpica.

Os apartament­os que abrigarão os atletas durante os Jogos serão vendidos após o evento.

Apesar de a maioria dos locais de competição estar situada na capital japonesa, não será apenas Tóquio que receberá provas olímpicas.

O futebol, como de costume, é o esporte que mais viajará, passando também por Yokohama, Miyagi, Jinkoji, Chochu, Saitama e Sapporo. Esta última cidade também receberá as maratonas e as disputas da marcha atlética.

As duas modalidade­s foram transferid­as para o norte do país, a mais de 800 km de distância de Tóquio, em razão das altas temperatur­as que a cidade registra no verão.

A onda de calor no meio do ano passado no Japão causou a morte de 116 pessoas.

Já o surfe, que fará sua estreia em Olimpíada, será disputado a 100 km da capital, na praia de Tsurigasak­i.

São quatro dias programado­s de competição, com a possibilid­ade de a organizaçã­o abrir mais quatro dependendo das condições das ondas.

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*Início da corrida de rua

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