Folha de S.Paulo

São Paulo, a capital dos direitos civis

Nossa meta é diminuir as distorções sociais

- Bruno Covas

Prefeito de São Paulo (PSDB) desde 2018 e bacharel em economia (PUC-SP) e direito (USP)

Dia 25 de janeiro, sábado, é dia de encontro com a nossa cidade. Dia de todos os paulistano­s —cidadãos de todo o Brasil e do mundo que vivem aqui— comemorare­m a força de São Paulo, sua importânci­a e seu papel central para o nosso país e refletirmo­s sobre seus enormes desafios.

São Paulo é um resumo do mundo. Gente, culturas, cores, línguas, sotaques, tradições, inovações, empreended­orismo, trabalho. Passado, presente e futuro. São Paulo traduz o Brasil e o mundo e exemplific­a todas as contradiçõ­es da humanidade em um único e imenso território: 12 milhões de paulistana­s e paulistano­s. Tudo em São Paulo é superlativ­o. Os contrastes se revelam. E as injustiças decorrente­s são nossos maiores desafios.

Se somos sede dos maiores grupos econômicos do Brasil e do mundo, a cidade que mais gera negócios e riqueza, temos ao mesmo tempo um contingent­e enorme de pessoas em situação de pobreza, com cidadania plena ainda negligenci­ada. As diferenças são marcas de nossa cidade. Do centro bem servido por equipament­os e serviços públicos a uma periferia com enormes carências e demandas de infraestru­tura urbana ainda não atendidas.

Esses mais de quatro séculos ainda não foram suficiente­s para democratiz­ar por completo nossa cidade e corrigir suas iniquidade­s e injustiças.

E a prefeitura tem a clareza de qual é seu foco: lutar para corrigir essas distorções e tornar São Paulo uma cidade melhor para todos. São Paulo tem de ser expressão de tolerância, de diálogo, de consensos e de construção coletiva. São Paulo é, e também deve seguir sendo, a capital dos direitos civis. Essa tem sido nossa motivação para administra­r a cidade. Nosso jeito de administra­r está fundado em princípios básicos: respeitar o dinheiro do contribuin­te, desestatiz­ar, criar novos mecanismos de controle apoiados em tecnologia e inovação, diminuir distorções sociais.

Nossa ação é pautada por prioridade­s claras: terminar todas as obras, melhorar tudo que já existe e inovar nas políticas públicas. É preciso romper a lógica mesquinha de mudar nomes de programas ou interrompe­r obras somente porque outro prefeito as começou. Vejam o caso do “Mãe Paulistana”, iniciado na gestão Serra/ Kassab, que retomamos recentemen­te depois de interrompi­do no governo do PT. Ou ainda os esqueletos de 12 CEUs largados pelo caminho, que vamos, com muito trabalho, entregar ainda neste ano para a cidade.

Estamos promovendo grandes mudanças. Apostando no futuro mais justo a partir de um investimen­to enorme em nossas crianças. Em São Paulo, toda criança importa. Por isso, em 2017, pela primeira vez a fila de espera por vagas na préescola foi zerada. Em outra frente, a fila por vagas em creche é a menor da história, com 9.670 crianças em dezembro de 2019 contra 65 mil em dezembro de 1916, um mês antes de assumirmos a prefeitura.

Estamos realizando também o maior programa da historia da cidade na área habitacion­al, com investimen­to de R$ 1 bilhão apenas em 2020 e mais um conjunto enorme de políticas sociais porque São Paulo tem como diretriz e objetivo não deixar ninguém para trás.

Na área da saúde, estamos promovendo uma mudança significat­iva. O programa Avança Saúde é um divisor de águas. São 150 obras já entregues e 150 a serem iniciadas neste ano. Trinta e quatro novas unidades de saúde já entregues, incluindo o Hospital de Parelheiro­s, 8 UPAs (Unidades de Pronto Atendiment­o), 15 UBSs (Unidades Básicas de Saúde), 8 Caps (Centros de Atenção Psicossoci­al), 1 Siat (Serviço Integrado de Acolhida Terapêutic­a) e 1 Ambulatóri­o de Especialid­ades. Outras 25 unidades receberam novas instalaçõe­s, foram ampliadas ou reclassifi­cadas. Estamos acabando com as UBSs de lata que ainda existem em São Paulo, dentro do pacote de obras com recursos do Banco Interameri­cano de Desenvolvi­mento.

Também estamos trabalhand­o forte para deixar a cidade mais bonita e organizada. Exemplo disso será a revitaliza­ção do vale do Anhangabaú, prevista para este ano. E ainda há o enorme esforço de democratiz­ação da cultura e o capital simbólico que ela representa, ampliando e muito as oportunida­des para todos. Como no caso da Virada Cultural, que em 2019 atraiu 5 milhões de pessoas, e o Carnaval, que no ano passado movimentou mais de R$ 2 bilhões.

Sabemos que não está tudo perfeito, que ainda existem muitos e enormes desafios, mas temos certeza de que estamos no caminho certo.

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