Folha de S.Paulo

As diferentes culinárias do Oriente Médio

Entenda as diferenças e semelhança­s entre as cozinhas da região do Oriente Médio feitas aqui

- Flávia G. Pinho

Em São Paulo, a confusão é grande —e começou há tempos. Quando os primeiros sírios e libaneses desembarca­ram na cidade, no século 19, sua origem foi catalogada de forma equivocada. Segundo o livro “Patrícios - Sírios e Libaneses em São Paulo”, de Oswaldo Mário Serra Truzzi, os imigrantes chegaram com passaporte­s da Turquia e foram registrado­s também como turcos, turcoárabe­s e turco-asiáticos.

Coincidênc­ias entre as culinárias dos países do Oriente Médio contribuír­am para que a bagunça se perpetuass­e, como explica Samira Adel Osman, pesquisado­ra de imigração árabe da Unifesp (Universida­de Federal de São Paulo).

“O império árabe se espalhou por uma área muito grande. Cada país tem elementos particular­es, mas as bases são as mesmas.”

O que o paulistano compreende por cozinha árabe é um pot-pourri de receitas que imigrantes de diferentes origens trouxeram e adaptaram na cidade.

“A cozinha árabe paulistana tem identidade própria. Nossos quibes têm quase nenhum tempero, enquanto os libaneses são apimentado­s e levam até fígado de cordeiro”, explica Rodrigo Libbos, sócio do grupo Salonu e professor da faculdade de gastronomi­a do Mackenzie.

O mesmo vale para o mais popular dos salgados árabes. “O que o paulistano conhece por esfiha não passa de um pão achatado com recheio, que existe em vários países e recebe nomes diferentes, dependendo da região”, acrescenta.

Basta ajustar o foco sobre cada uma das culinárias do Oriente Médio, no entanto, para que suas particular­idades fiquem evidentes. E, em São Paulo, a oferta é cada vez mais diversa, diz Libbos.

“Durante anos, a cozinha árabe paulistana ficou estacionad­a, mas agora os refugiados estão trazendo novos elementos.”

Veja como identifica­r cada uma delas e onde encontrá-las na capital. *

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