resistir é arte
Festival Verão sem Censura continua com inúmeras atrações até o próximo dia 31 com o objetivo de incentivar a ocupação cultural da capital paulista e combater a repressão e o preconceito
Um ato de resistência pela arte e pela liberdade de expressão. Essa é a marca da primeira edição do festival Verão sem Censura, que começou no último dia 17 e continua até sexta (31/1), na capital paulista.
Com programação diversa, o evento promove produtos culturais que foram alvo da censura no Brasil e em outros países. São cerca de 50 atrações entre shows, exposições, peças teatrais, leituras dramáticas, lançamentos literários, performances, rodas de conversa, exibições de filmes e festas. Realização da Prefeitura de São Paulo, o festival faz parte do principal projeto da Secretaria Municipal de Cultura para o biênio 2019/20, o São Paulo Capital da Cultura, que tem entre seus eixos estratégicos potencializar as atividades culturais em espaços públicos e ampliar o acesso da população à cultura. O cantor Arnaldo Antunes, que recentemente teve o clipe da música “O Real Resiste” censurado em uma TV estatal, abriu as atividades com show na Praça das Artes. A canção cita milicianos, torturadores e terraplanistas. “É com nossas pequenas atitudes cotidianas que vamos demarcando o terreno de nossas liberdades”, celebrou. A partir deste domingo, ainda dá para aproveitar muito o festival. Todas as atrações são gratuitas e ocorrem nas cinco regiões da cidade (veja infográfico na página ao lado). Além de visitar as exposições em cartaz —de pôsteres de filmes retirados da sede da Ancine no Rio de Janeiro, de livros censurados ao longo da história e de fotos—, a programação inclui rodas de conversa, como a sobre Carlos Marighella, um dos principais organizadores da luta armada contra a ditadura militar, além de filmes e peças teatrais. Destaque para o combo Pussy Riot. Na quarta (29), haverá exibição do filme “Act and Punishment”, que conta a trajetória do grupo russo, seguida de debate com as integrantes e lançamento do livro “Riot Days”, da fundadora da banda Maria Alyokhina. Na quinta (30), elas realizam show e depois comandam uma festa. O Verão sem Censura termina na sexta (31) dando início ao Carnaval paulistano. Os tradicionais blocos Espetacular Charanga do França, Tarado ni Você, com músicas de Caetano Veloso, e Minhoqueens, com hits da música pop, abrem os trabalhos da folia que promete ser a maior do Brasil.