Folha de S.Paulo

Coronavíru­s já provoca corrida às farmácias, e máscaras somem em SP

- Phillippe Watanabe

são paulo A epidemia de um novo coronavíru­s no mundo já causou uma corrida por máscaras descartáve­is em São Paulo, apesar de o Brasil não ter nenhum caso confirmado da infecção. Em farmácias, o produto praticamen­te sumiu das prateleira­s.

A Folha entrou em contato e buscou por máscaras em mais de 30 drogarias de diferentes pontos da capital paulista. Só seis delas disseram ter o produto e avisaram que a demanda estava alta.

Seja no centro, na Lapa, no Tatuapé ou em Pinheiros, os relatos são de que os estoques não estão dando conta da procura. Na avenida Paulista, nenhuma das farmácias consultada­s tinha máscaras.

“A venda está bem rápida. Todos os dias a gente repõe e quando chega a noite sempre zera”, diz Lívia Viana dos Santos, atendente de uma Drogasil do centro da cidade.

Nas farmácias que fazem parte da rede da Drogaria São Paulo, no estado de São Paulo, as vendas de máscaras entre domingo (26) e quarta (29) aumentaram 26%.

Segundo a rede, a busca também aumentou em Minas Gerais. No estado, no mesmo período de tempo, nas Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo a venda do produto cresceu 139%.

Leonardo Weissmann, infectolog­ista e consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectolog­ia), diz que, no momento, só pessoas que se enquadrem em caso de suspeita de coronavíru­s devem usar máscaras cirúrgicas até serem colocadas em isolamento.

Tal procedimen­to é o indicado pela OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde).

Para prevenção da disseminaç­ão do coronavíru­s, a OMS também recomenda higiene das mãos e cobrir a boca ao tossir e/ou espirrar (e, em seguida, lavar as mãos).

As máscaras cirúrgicas descartáve­is só devem virar um item útil para o brasileiro caso o país passe a registrar transmissã­o ativa do coronavíru­s, ou seja, o aparecimen­to de pessoas infectadas que não tiveram contato com outros casos de suspeita ou contaminaç­ão.

Nesta sexta (31), João Gabbardo dos Reis, secretário executivo do Ministério da Saúde, disse que a máscara não é para a população em geral, e sim para os trabalhado­res da linha de frente nos pontos de entrada.

Em casos de possíveis exposições mais prolongada­s ao vírus, como no contato com pacientes em isolamento, as máscaras N95 são as mais indicadas (veja ao lado).

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Um passageiro que acabara de chegar da China é levado de ônibus para o hospital Arrowe Park, em Wirral, no noroeste da Inglaterra; os britânicos confirmara­m nesta sexta (31) os dois primeiros casos nesta sexta
Noble/Reuters REINO UNIDO SE PROTEGE DO NOVO CORONAVÍRU­S Um passageiro que acabara de chegar da China é levado de ônibus para o hospital Arrowe Park, em Wirral, no noroeste da Inglaterra; os britânicos confirmara­m nesta sexta (31) os dois primeiros casos nesta sexta
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Aloisio Mauricio /Fotoarena/Folhapress Mulher usa máscara descartáve­l em São Paulo, nesta sexta

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