Coronavírus já provoca corrida às farmácias, e máscaras somem em SP
são paulo A epidemia de um novo coronavírus no mundo já causou uma corrida por máscaras descartáveis em São Paulo, apesar de o Brasil não ter nenhum caso confirmado da infecção. Em farmácias, o produto praticamente sumiu das prateleiras.
A Folha entrou em contato e buscou por máscaras em mais de 30 drogarias de diferentes pontos da capital paulista. Só seis delas disseram ter o produto e avisaram que a demanda estava alta.
Seja no centro, na Lapa, no Tatuapé ou em Pinheiros, os relatos são de que os estoques não estão dando conta da procura. Na avenida Paulista, nenhuma das farmácias consultadas tinha máscaras.
“A venda está bem rápida. Todos os dias a gente repõe e quando chega a noite sempre zera”, diz Lívia Viana dos Santos, atendente de uma Drogasil do centro da cidade.
Nas farmácias que fazem parte da rede da Drogaria São Paulo, no estado de São Paulo, as vendas de máscaras entre domingo (26) e quarta (29) aumentaram 26%.
Segundo a rede, a busca também aumentou em Minas Gerais. No estado, no mesmo período de tempo, nas Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo a venda do produto cresceu 139%.
Leonardo Weissmann, infectologista e consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), diz que, no momento, só pessoas que se enquadrem em caso de suspeita de coronavírus devem usar máscaras cirúrgicas até serem colocadas em isolamento.
Tal procedimento é o indicado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Para prevenção da disseminação do coronavírus, a OMS também recomenda higiene das mãos e cobrir a boca ao tossir e/ou espirrar (e, em seguida, lavar as mãos).
As máscaras cirúrgicas descartáveis só devem virar um item útil para o brasileiro caso o país passe a registrar transmissão ativa do coronavírus, ou seja, o aparecimento de pessoas infectadas que não tiveram contato com outros casos de suspeita ou contaminação.
Nesta sexta (31), João Gabbardo dos Reis, secretário executivo do Ministério da Saúde, disse que a máscara não é para a população em geral, e sim para os trabalhadores da linha de frente nos pontos de entrada.
Em casos de possíveis exposições mais prolongadas ao vírus, como no contato com pacientes em isolamento, as máscaras N95 são as mais indicadas (veja ao lado).