Folha de S.Paulo

Djokovic vira e leva na Austrália seu 17º Grand Slam no tênis

- Paulo Vinícius Coelho pranchetad­opvc@gmail.com

Dois momentos do clássico Corinthian­s e Santos evidenciam a maneira de jogar de Tiago Nunes. Aos 38 minutos do primeiro tempo, Fagner fez seu terceiro cruzamento do jogo. O finalizado­r, dentro da pequena área, foi Sidcley.

De lateral para lateral, só funciona se houver compreensã­o tática dos volantes, para que um prenda na marcação. Ou haverá chance de contra-ataque e a defesa vai ficar no mano a mano.

Para que Fagner e Sidcley ataquem juntos, Camacho faz a saída de bola entre os zagueiros Pedro Henrique e Gil. Cantillo fica com o passe que clareia o jogo.

Eis o segundo momento esclareced­or sobre o estilo de Tiago Nunes. Aos 2 minutos, Cantillo dominou na meia esquerda e inverteu a jogada para Fagner. Assim, saiu o primeiro cruzamento do lateral e o gol de Everaldo.

Tudo passa por Cantillo neste Corinthian­s, desde sua estreia em partidas oficiais no segundo tempo contra a Ponte Preta, na quinta-feira (30). Em Campinas, deu 41 passes e errou um. O índice foi parecido contra o Santos.

Não é passinho curto. Tiago Nunes entende que Cantillo sabe ditar o ritmo, variar a troca de bola curta e ser paciente com o lançamento capaz de abrir a defesa.

Mas Cantillo jogou solto. Se tivesse Carlos Sánchez em vez de Sandry, 17, a marcação apertaria mais e o meia colombiano teria menos espaço. Esse é um problema do Santos agora. A marcação não aperta. Nem Sandry no combate a Cantillo, nem Felipe Jonathan no contraste com Fagner e Janderson.

Também faltou apertar a marcação sobre Boselli, autor do lançamento na primeira jogada corintiana nascida pela esquerda. Resultado: gol de Janderson, Corinthian­s 2 a 0.

O Santos ficou devendo atacar na marcação, diminuir o espaço para o homem do lançamento —Cantillo— e do drible —Fagner e Janderson. Também deveu velocidade na troca de passes.

Não se fala da velocidade para contragolp­ear, porque não houve espaço depois que o Corinthian­s fez 2 a 0 e recuou, por ter um homem a menos, com a expulsão de Janderson. Mas sem trocar passes com rapidez, permite-se à defesa posicionar-se.

O Santos finalizou cinco vezes na área de Cássio, mas só uma na meta, talvez em função da lentidão dos passes.

Diferente, o Corinthian­s pressionou sempre. Dos 27 desarmes, um terço aconteceu no campo de ataque, o que retrata muito mais o primeiro tempo do que o segundo, com dez homens. Pondere-se que o Corinthian­s fez duas ótimas apresentaç­ões e oscilou contra Mirassol e Ponte Preta. Ou seja, jogou bem em casa e sofreu como visitante.

Quarta-feira (5), estreará na Libertador­es, em Assunção, contra o Guaraní, do Paraguai. Tem de melhorar como visitante.

Mas tem um rosto. Libera os laterais, ataca, pressiona. Em 2000, antes de perder a semifinal da Libertador­es para o Palmeiras, o zagueiro Adílson Batista reclamava, porque o time dirigido por Oswaldo de Oliveira cruzava e finalizava com os dois laterais. A diferença é que aquela equipe ainda atacava com os volantes Edu e Vampeta. Com Tiago, o time parece estável, com Camacho protegendo os avanços.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil