Folha de S.Paulo

Polícia prende trio liderado por procurado da lista de Moro

Milicianos cariocas atuam em postos de gasolina, transporte irregular, venda de gás e sinais clandestin­os de internet

- Anna Virginia Balloussie­r

rio de janeiro A PRF (Polícia Rodoviária Federal) prendeu no sábado (1º) três integrante­s do Bonde do Ecko, grupo miliciano comandado por Wellington da Silva Braga, o Ecko —um dos nomes da lista divulgada pelo ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) com os criminosos mais procurados do Brasil.

A facção atua na zona oeste carioca e em municípios da baixada fluminense e da região metropolit­ana do Rio. Atendia antes pelo nome de Liga da Justiça, uma das principais milícias que o estado já teve.

A área de atuação dos criminosos é sobretudo controland­o postos de combustíve­is, transporte irregular (como vans piratas), venda de botijões de gás e sinais clandestin­os de internet e TV a cabo, o famoso “gatonet”. A extração de saibro (uma espécie de areia usada na construção civil), segundo a polícia, também faz parte do negócio.

Com o trio capturado foram encontrado­s: três pistolas, todas com a numeração raspada, de acordo com a PRF. Também levavam dez carregador­es, munições, rádio transmisso­r, capa tática com colete balístico, cintos de guarnição, uniformes camuflados, coturno, touca ninja, seis celulares e R$ 23 mil em espécie.

Os nomes dos detidos não foram revelados.

O flagrante aconteceu na BR-465, a antiga Rio-São Paulo. Na abordagem, segundo as autoridade­s, agentes rodoviário­s constatara­m que havia um mandado de prisão contra o motorista do veículo.

Foragido há um ano, ele é acusado de torturar uma pessoa que acabou salva do assassinat­o por policiais pouco antes da execução na Favela do Aço (na zona oeste carioca) há cinco anos.

Os oficiais da PRF também checaram o veículo onde os três supostos milicianos estavam: encontrara­m placas clonadas e roubo registrado em 2018.

Ecko assumiu a chefia desse grupo criminoso em abril de 2017, após a morte de seu irmão, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes.

Os irmãos Braga ilustram uma mudança no perfil das milícias, que se fortalecer­am sob comando de policiais, expoliciai­s e bombeiros.

Eles são o que investigad­ores chamam de “pé-inchado”, aqueles que não vêm de forças policiais.

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