Vaga-lumes estão ameaçados por perda de habitat, afirma estudo
washington | the washington post Quase 2.000 espécies de vaga-lumes voam, rastejam e brilham ao redor do planeta. Alguns desses insetos vão bem, mas outros, nem tanto.
Uma pesquisa com 49 especialistas mundiais em vagalumes, publicada na segunda (3) na revista científica BioScience, identificou as ameaças mais graves a esses animais e constatou que perda de habitat é um problema em quase todas as regiões estudadas.
Entre as outras ameaças estão a luz artificial, que perturba os rituais de acasalamento desses animais, os pesticidas, que podem prejudicar os insetos ou suas presas invertebradas, e a poluição da água, para as espécies que têm uma fase aquática.
O relatório não é um censo da população mundial de vaga-lumes, mas a primeira vez que são reunidas informações sobre as ameaças mais importantes para esses bichos em diferentes partes do mundo, segundo Sara M. Lewis, bióloga na Universidade Tufts e autora do estudo.
“Na última década ou mais, as pessoas têm relatado que não veem mais vaga-lumes onde costumavam ver”, afirma. Existem bons dados de censo para algumas espécies, como os vaga-lumes síncronos da Malásia e as larvas de fêmeas da Europa, e sabe-se que essas populações estão, de fato, em declínio, diz a bióloga.
Vaga-lumes em árvore na Tailândia
Em outros lugares, contudo, a literatura sobre vaga-lumes permanece obscura, e a comunidade de pesquisadores
é relativamente pequena, de acordo com Lewis.
O estudo foi “quase tão bom quanto” voltar no tempo para contar populações, segundo o entomologista Marc Branham, da Universidade da Flórida. Ele soube de muitos casos de vaga-lumes desaparecidos.
“Nós praticamente tomamos como certo que os vagalumes estarão aqui para sempre”, afirma o naturalista Ben Pfeiffer, fundador da organização sem fins lucrativos Firefly Conservation & Research e um dos especialistas em vaga-lumes pesquisados. “E estamos terrivelmente errados.”
Em 2018, a União Internacional para a Conservação da Natureza criou o Firefly Specialist Group, copresidido por Lewis, para determinar se certas espécies desses insetos devem ser listadas como ameaçadas ou em perigo. “Isso é algo que nunca vimos acontecer com uma espécie de vagalume”, diz Christopher Cratsley, biólogo da Universidade Estadual de Fitchburg.
A pesquisa representa um primeiro passo nesse processo, de acordo com Lewis.