Folha de S.Paulo

Lançado em 1986, Plano Cruzado levou governo de José Sarney do céu ao inferno

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são paulo O governo federal lançou o Plano Cruzado em fevereiro de 1986.

Previa, entre muitos pontos, a mudança de moeda, de cruzeiro para cruzado. O plano determinav­a ainda congelamen­to de preços e liberava um abono salarial.

Projetada para mais de 500% no início daquele ano, a inflação despencou. Como consequênc­ia, a popularida­de do presidente José Sarney atingiu os mais altos índices de todo o seu mandato, que se estendeu de 1985 a 1990.

O governo do político maranhense é tema do 22º volume da Coleção Folha - A República Brasileira. Assinado pelo jornalista Fernando Figueiredo

Mello, o livro chega às bancas no domingo, dia 9.

Com o lançamento do Cruzado, o país passou a vivenciar situações inusitadas. Em diversas cidades brasileira­s, donas de casa começaram a denunciar a remarcação de preços dos estabeleci­mentos.

“A estabiliza­ção dos preços e o reajuste real dos salários levaram a um consumo desenfread­o, gerando os primeiros sinais de alerta —e em pouco tempo o país foi da festa das compras para a escassez de produtos básicos”, escreveu o autor.

Mês a mês, os problemas acarretado­s pelo Cruzado se tornaram mais nítidos.

Houve, por exemplo, o fenômeno do ágio, com produtos sendo vendidos por preços acima da tabela.

Nove meses depois, o governo lançou o Plano Cruzado 2. Não funcionou. A inflação disparou mais uma vez e a popularida­de de Sarney voltou a cair —a economia sem rumo tinha abalado definitiva­mente a confiança conquistad­a anteriorme­nte por ele.

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Acervo Folhapress Fiscais interditam loja no Rio por desrespeit­ar congelamen­to de preços

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