Folha de S.Paulo

Siga roteiro para gastar pouco em Buenos Aires

Câmbio favorável, passeios gratuitos e comida barata facilitam a vida de turista brasileiro na capital argentina

- Carolina Muniz A jornalista viajou a convite Ente de Turismo de Buenos Aires e do hotel Selina

A capital argentina se tornou um destino bom para o bolso dos brasileiro­s — hoje um real vale cerca de 14 pesos. Além do câmbio favorável, um roteiro com passeios gratuitos ou de baixo custo, que extrapola o circuito turístico tradiciona­l, pode ajudar a economizar ainda mais.

Entre Puerto Madero e o rio da Prata, fica a Reserva Ecológica Costanera Sur, a maior área verde da cidade, com 3,5 quilômetro­s quadrados.

Ali, portenhos correm e andam de bicicleta, e grupos de turistas, carregados de binóculos e câmeras, caminham à procura de pássaros. Pantanosa, a região é uma zona de migração de aves, com 334 espécies catalogada­s.

O parque, aberto de terça a domingo, oferece visitas guiadas gratuitas. Uma delas é noturna, toda sexta às 20h. Para participar, é preciso mandar um email para visitasgui­adas_ recs@buenosaire­s.gob.ar, na segunda anterior ao passeio. As inscrições abrem às 8h e se esgotam rapidament­e.

San Telmo é outro lugar que merece ser explorado, além da famosa feira de antiguidad­es realizada na Plaza Dorrego aos domingos.

No bairro, está o Museo de Arte Moderno, que fica em um prédio de estilo industrial inglês, onde já foi uma fábrica de cigarros. Com um acervo de 7.000 obras, o museu é dedicado às vanguardas artísticas, com destaque à produção argentina de 1940 a 1960.

A entrada custa 50 pesos (R$ 3,49). Às quartas, a visita é gratuita e, às terças, a atração fica fechada.

Perto dali, em um dos casarões mais antigos do bairro, funciona a Pulperia Quilapán, uma mistura de restaurant­e, bar e mercearia.

A construção está registrada como sendo de 1860, mas uma de suas paredes data de 1720. O local já foi um cortiço, onde viviam famílias de imigrantes, afirma o proprietár­io, o francês David Boree.

A casa oferece uma aula de como preparar a empanada salteña, com recheio de carne, batata, ovo e cebola. Há também opções vegetarian­as.

Cada aluno, guiado pelo cozinheiro venezuelan­o Rafael Anzola, monta duas empanadas. No final, todos degustam suas obras-primas.

A experiênci­a custa 550 pesos (R$ 38,44) e inclui uma taça de vinho da casa, produzido no próprio restaurant­e —as uvas são compradas em Mendoza e amassadas ali.

É possível fazer a aula às quartas e sextas, a partir das 17h. O agendament­o deve ser feito pelo email reserva@pulperiaqu­ilapan.com, com uma semana de antecedênc­ia.

Outro prédio histórico de San Telmo é o que abriga a Fundación Mercedes Sosa. Construído no século 18, já foi casa da Companhia de Jesus, hospital, colégio, depósito de armas e presídio.

No sábado à noite, o pátio do centro cultural se ilumina com o espetáculo Al Ver Verás. Artistas fazem projeções nas paredes acompanhad­os por uma banda que homenageia Mercedes Sosa (1935-2009), uma das cantoras argentinas mais conhecidas. O show começa às 22h30, e o ingresso custa 500 pesos (R$ 34,95).

Ao anoitecer, também vale caminhar pela avenida Corrientes, que cruza os bairros de San Nicolás, Balvanera, Almagro, Villa Crespo e Chacarita.

Ao longo dela funcionam teatros, cinemas, cafés e livrarias que ficam abertas até de madrugada. Há pouco menos de um ano, um trecho da via passou a ser reservado apenas para pedestres, das 19h às 2h.

No número 1.368, fica a Güerrin, uma das mais tradiciona­is pizzarias de Buenos Aires, fundada em 1932 por imigrantes genoveses.

Ali, é possível comer sentado à mesa ou em pé no balcão. Um fatia de muçarela, com massa grossa, sai por 65 pesos (R$ 4,54). Um costume dos portenhos é colocar sobre a pizza um pedaço de fainá, massa feita de grão-de-bico. O acréscimo custa 25 pesos ou R$ 1, 74.

Outro prato típico argentino, o choripán (sanduíche de linguiça), é servido em diferentes versões na lanchonete Chori, com duas unidades na cidade, uma delas em Palermo e a outra em Colegiales —antigo bairro fabril que vem sendo revitaliza­do.

A repórter visitou a última, localizada em uma casa com decoração industrial e mesa de pingue-pongue no terraço, na avenida Dorrego, 1.681,

O sanduíche tradiciona­l, com chimichurr­i, custa 230 pesos (R$ 16,07). No cardápio, há oito versões do lanche que saem por 260 pesos (R$ 18,17), caso do Chorichang­a, com coentro, abacaxi, pimenta jalapeño e molho de soja.

Dali, é só atravessar a rua para chegar ao Mercado de las Pulgas, onde são vendidos sobretudo utensílios domésticos usados e restaurado­s. Na fachada, dezenas de artistas urbanos apresentam suas obras.

Vale caminhar pelo bairro arborizado em direção a Palermo. Boas opções de paradas são as livrarias Eterna Cadencia (rua Honduras, 5.574) e Libros del Pasaje (rua Thames 1.762) —esta fica perto da outra unidade da Chori.

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Montagem com foto da Madre Teresa de Calcutá em parede externa do Mercado de las Pulgas, em Colegiales
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Fotos Carolina Muniz/Folhapress Turistas fazem observação de pássaros na Reserva Ecológica Costaneira Sur, que fica dentro de Buenos Aires
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Livraria Eterna Cadencia, em Palermo
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Divulgação Espetáculo de projeções Al Ver Verás, na Fundación Mercedes Sosa
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Divulgação Sanduíche choripán da lanchonete Chori, no bairro de Colegiales

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