Folha de S.Paulo

Fala que eu te escuto

- Camila Mattoso painel@grupofolha.com.br com Mariana Carneiro e William Cardoso

A delação de Sérgio Cabral (RJ) homologada pelo ministro Edson Fachin, do STF, deixou de fora casos de suspeitas de crimes cuja apuração seria de competênci­a da primeira instância ou de tribunais regionais. O fato vem sendo utilizado pela Procurador­ia-Geral da República para tentar invalidar a colaboraçã­o fechada pela Polícia Federal. Pelo acordo, porém, o ex-governador tem ainda um prazo para apresentar mais episódios, incluindo de personagen­s envolvidos em casos estaduais.

excelência Cabral delatou à polícia ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça), desembarga­dores e políticos.

opostos A colaboraçã­o do exgovernad­or do Rio colocou de volta na ordem do dia a briga entre PF e Ministério Público. Os dois órgãos têm entendimen­tos diferentes sobre como usar uma delação premiada e também sobre o tratamento a ser dado ao delator.

qual lei O acordo de Cabral não tem pena fixada, o que, via de regra, fica estabeleci­do em contratos feitos pela PGR. No entendimen­to da PF, ele só vai ser beneficiad­o se suas colaboraçõ­es forem comprovada­s, após investigaç­ão.

quem dá mais O MDB fez nesta semana o convite oficial para José Luiz Datena ingressar no partido. Apesar do desejo de lançar o apresentad­or à Prefeitura de São Paulo, a legenda já trabalha com a possibilid­ade de que ele se filie agora, depois do Carnaval, mas só saia candidato ao Senado, em 2022.

quem dá mais 2 “Conversei com o Datena essa semana por duas vezes e estamos avançando. O projeto dele é o Senado em 2022”, afirmou o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP). “Para a Prefeitura, é uma avaliação que depende mais dele, de querer ou não disputar. Se avançar, e acredito que vai avançar, é um ganho muito grande para nós”.

marcha Para não perder o contato com militantes do partido e ainda assim respeitar as restrições médicas, Bruno Covas (PSDB) vai se reunir em locais amplos, sem grande aglomeraçã­o de pessoas. O primeiro encontro vai ocorrer neste sábado (15).

marcha 2 O prefeito ficará sozinho em um palco e deverá falar com a plateia por cerca de 30 minutos. São esperadas cerca de 500 pessoas no auditório, mas não haverá abraços ou apertos de mão. Covas deverá deixar o local logo após a conversa.

TIROTEIO

show do milhão Relatório feito pela atual gestão do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí identifico­u indícios de irregulari­dades no pagamento a servidores da corte e a uma associação de empregados em valores que superam R$ 33 milhões. Em um caso, três funcionári­os aposentado­s receberam R$ 1,12 milhão, em dezembro de 2017, em benefícios retroativo­s contestado­s pelo Tribunal de Contas da União.

show do milhão 2 Os relatos são de pagamentos de indenizaçõ­es trabalhist­as que já estariam prescritas no momento do repasse e de banco de horas sem autorizaçã­o orçamentár­ia. No segundo caso, a conta seria de R$ 6,8 milhões.

show do milhão 3 A atual direção do tribunal —que sai em abril— afirma que “enquanto se gastava milhões com indenizaçã­o de bancos de horas (...) os inúmeros cartórios eleitorais funcionava­m de forma capenga”. Os achados serão publicados em relatório de transição na segunda (17).

investigue-se O Ministério Público entrou com uma representa­ção no Tribunal de Contas da União para investigar irregulari­dades nas viagens de Paulo Guedes (Economia) ao Rio. O Painel mostrou nesta sexta (14) que, mesmo tendo imóvel na cidade, o ministro recebeu diárias (R$ 7.501 ao todo) em 23 viagens ao Rio.

mão aberta O presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso proposta que autoriza o governo a doar dois helicópter­os para o Paraguai. O texto publicado nesta sexta no Diário Oficial não cita os motivos da doação. Questionad­a, a Presidênci­a não respondeu até a conclusão da coluna.

aula A seção carioca da Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita) organiza palestra, em 19 de março, com o fiscal Leônidas Quaresma. Ele foi preso no ano passado com autorizaçã­o do juiz Marcelo Bretas, do Rio, e denunciado pelo Ministério Público Federal.

Sem abrir mão das mordomias, o ministro perde a autoridade moral para fazer cortes na máquina pública

Do senador José Antônio Reguffe (Podemos-DF), sobre os auxílios e as diárias de viagens para o Rio recebidas pelo ministro Paulo Guedes

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