Fala que eu te escuto
A delação de Sérgio Cabral (RJ) homologada pelo ministro Edson Fachin, do STF, deixou de fora casos de suspeitas de crimes cuja apuração seria de competência da primeira instância ou de tribunais regionais. O fato vem sendo utilizado pela Procuradoria-Geral da República para tentar invalidar a colaboração fechada pela Polícia Federal. Pelo acordo, porém, o ex-governador tem ainda um prazo para apresentar mais episódios, incluindo de personagens envolvidos em casos estaduais.
excelência Cabral delatou à polícia ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça), desembargadores e políticos.
opostos A colaboração do exgovernador do Rio colocou de volta na ordem do dia a briga entre PF e Ministério Público. Os dois órgãos têm entendimentos diferentes sobre como usar uma delação premiada e também sobre o tratamento a ser dado ao delator.
qual lei O acordo de Cabral não tem pena fixada, o que, via de regra, fica estabelecido em contratos feitos pela PGR. No entendimento da PF, ele só vai ser beneficiado se suas colaborações forem comprovadas, após investigação.
quem dá mais O MDB fez nesta semana o convite oficial para José Luiz Datena ingressar no partido. Apesar do desejo de lançar o apresentador à Prefeitura de São Paulo, a legenda já trabalha com a possibilidade de que ele se filie agora, depois do Carnaval, mas só saia candidato ao Senado, em 2022.
quem dá mais 2 “Conversei com o Datena essa semana por duas vezes e estamos avançando. O projeto dele é o Senado em 2022”, afirmou o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP). “Para a Prefeitura, é uma avaliação que depende mais dele, de querer ou não disputar. Se avançar, e acredito que vai avançar, é um ganho muito grande para nós”.
marcha Para não perder o contato com militantes do partido e ainda assim respeitar as restrições médicas, Bruno Covas (PSDB) vai se reunir em locais amplos, sem grande aglomeração de pessoas. O primeiro encontro vai ocorrer neste sábado (15).
marcha 2 O prefeito ficará sozinho em um palco e deverá falar com a plateia por cerca de 30 minutos. São esperadas cerca de 500 pessoas no auditório, mas não haverá abraços ou apertos de mão. Covas deverá deixar o local logo após a conversa.
TIROTEIO
show do milhão Relatório feito pela atual gestão do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí identificou indícios de irregularidades no pagamento a servidores da corte e a uma associação de empregados em valores que superam R$ 33 milhões. Em um caso, três funcionários aposentados receberam R$ 1,12 milhão, em dezembro de 2017, em benefícios retroativos contestados pelo Tribunal de Contas da União.
show do milhão 2 Os relatos são de pagamentos de indenizações trabalhistas que já estariam prescritas no momento do repasse e de banco de horas sem autorização orçamentária. No segundo caso, a conta seria de R$ 6,8 milhões.
show do milhão 3 A atual direção do tribunal —que sai em abril— afirma que “enquanto se gastava milhões com indenização de bancos de horas (...) os inúmeros cartórios eleitorais funcionavam de forma capenga”. Os achados serão publicados em relatório de transição na segunda (17).
investigue-se O Ministério Público entrou com uma representação no Tribunal de Contas da União para investigar irregularidades nas viagens de Paulo Guedes (Economia) ao Rio. O Painel mostrou nesta sexta (14) que, mesmo tendo imóvel na cidade, o ministro recebeu diárias (R$ 7.501 ao todo) em 23 viagens ao Rio.
mão aberta O presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso proposta que autoriza o governo a doar dois helicópteros para o Paraguai. O texto publicado nesta sexta no Diário Oficial não cita os motivos da doação. Questionada, a Presidência não respondeu até a conclusão da coluna.
aula A seção carioca da Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita) organiza palestra, em 19 de março, com o fiscal Leônidas Quaresma. Ele foi preso no ano passado com autorização do juiz Marcelo Bretas, do Rio, e denunciado pelo Ministério Público Federal.
Sem abrir mão das mordomias, o ministro perde a autoridade moral para fazer cortes na máquina pública
Do senador José Antônio Reguffe (Podemos-DF), sobre os auxílios e as diárias de viagens para o Rio recebidas pelo ministro Paulo Guedes