Guru futurista aconselha ricos a não investir mais no Facebook
rio de janeiro “Se você tem dinheiro aplicado no Facebook, desinvista”, disse Gerd Leonhard, guru futurista e autor do livro “Tecnologia versus Humanidade”, na quintafeira (13), na Converge Capital Conference, no Rio.
O alemão falou para uma plateia de 300 pessoas, composta de representantes de famílias de alta renda, fundos de investimento, executivos de grandes empresas, institutos e fundações.
Foi a estrela do primeiro dia do evento que se propõe a difundir os conceitos de finanças sustentáveis para influenciar mudanças no portfólio de investimentos entre grandes players do mercado financeiro nacional.
“A tecnologia virou nossa religião e nossa droga”, reafirmou o guru à Folha, ao alertar para o “techlash”, tendência de mudança de visão sobre o mercado de tecnologia, que passa a ser visto com mais ceticismo diante de fenômenos como as fake news.
Leonhard vislumbra uma crise de desconfiança que afetaria também outras gigantes de tecnologia, como Amazon, Apple e Google. Ele listou preocupações crescentes quanto a violação de privacidade, manipulação de dados e adição.
O palestrante criticou o Facebook por usar o mesmo discurso da indústria de armamentos. “Não são as armas que matam, são as pessoas.
Não é o Facebook que gera desinformação, são as pessoas.”
Ao questionar as grandes corporações da nova Revolução Industrial, Leonhard enfatizou a responsabilidade de todos diante do legado e do mundo que desejam construir no século 21.
“O futuro já está aqui. Ele pode ser o céu ou o inferno. Criamo-lo todos os dias, por ação ou inação”, alertou, para em seguida concluir, com certo pessimismo: “O único jeito de as pessoas mudarem é pela dor ou pelo amor”.
Frases de efeito que foram o fio condutor de uma apresentação em que apontou para 2020 como uma década de mudanças dramáticas diante da maior transformação tecnológica da história.
Transformações que devem mudar também o portfólio dos investimentos, foco do evento que tem como conceito alinhar os portfólios dos investidores brasileiros aos princípios ambientais, sociais e de governança.