Folha de S.Paulo

Zuckerberg vai apoiar tributo digital global, afirma site

- Ana Estela de Sousa Pinto

bruxelas O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, vai dizer que aceita que sua empresa pague mais tributos fora dos EUA, segundo o site noticioso Politico.

O veículo obteve partes do discurso que o executivo preparou para a Conferênci­a de Defesa de Munique (Alemanha), neste sábado (15).

No evento, que reúne governante­s e presidente­s de empresa internacio­nais, ele deve apoiar as discussões da OCDE (grupo de países ricos) para criar um novo regime tributário global. Vai também defender reformas na maneira como gigantes da internet, como Facebook, Google e Amazon, pagam seus impostos.

“Aceitamos que [as reformas] devem nos levar a pagar mais tributos, em mais lugares, sob uma nova ótica”, dirá o executivo segundo o texto obtido pelo Politico.

Zuckerberg deve reconhecer que “a forma como empresas de tecnologia são taxadas na Europa provoca frustraçõe­s”: “Também queremos uma reforma tributária, e estou satisfeito com os esforços da OCDE nessa direção”.

Segundo cálculos iniciais da OCDE, um tributo como esse poderia arrecadar cerca de US$ 100 bilhões (mais de R$ 400 bilhões) por ano.

A Comissão Europeia (braço executivo da União Europeia) estima que empresas que funcionam na UE paguem em média 23% da receita, ante de 8% a 9% recolhidos pelas gigantes de tecnologia.

Na segunda (17), Zuckerberg deve se reunir em Bruxelas com as principais lideranças europeias envolvidas na regulação do setor: Margrethe Vestager, comissária de Operações Digitais e Competição, e Thierry Breton, comissário de Mercado Interno, para “discutir novas regras para a internet”, segundo comunicado da empresa.

Versager e Breton se preparam para propor na quarta (19) a criação de um mercado comum europeu de dados, de acordo com rascunho de documento obtido pela agência Reuters.

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