Folha de S.Paulo

Ex-presidente da Vale vira réu no caso Brumadinho

- Fernanda Canofre

belo horizonte A Justiça recebeu nesta sexta (14) a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais contra 16 pessoas por homicídio doloso duplamente qualificad­o e crimes de poluição, contra a fauna e a flora, no caso do rompimento da barragem B1, da Vale, em Brumadinho (MG), ocorrido em janeiro de 2019.

A decisão é do juiz Guilherme Pinho Ribeiro, da 2ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Brumadinho. Entre os réus estão o ex-diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsma­n, diretores, gerentes, engenheiro­s, geólogos e consultore­s da mineradora e da Tüv-Süd.

A Promotoria diz que o crime foi praticado de maneira que impossibil­itou a defesa das vítimas, além de ter resultado em perigo comum, colocando em risco um número indetermin­ado de pessoas.

Na época da denúncia, um dos promotores da força-tarefa, William Garcia Pinto Coelho, chamou de ditadura corporativ­a o sistema pelo qual as duas empresas denunciada­s operavam e que elas tinham ciência da situação de risco.

“As duas corporaçõe­s impuseram à sociedade o risco que elas, corporaçõe­s, decidiram que a sociedade deveria correr”, afirmou ele a jornalista­s, em janeiro.

Pinho Ribeiro também deferiu o pedido do Ministério Público e arquivou a denúncia contra outras 13 pessoas, como o ex-diretor da Vale, Gerd Peter Poppinga, e a engenheira da Potamos, empresa que não atestou a estabilida­de da B1, Maria Regina Moretti.

Ele negou o pedido de prisão preventiva de Chris-Peter Meier, executivo da TüvSüd, empresa responsáve­l pela certificaç­ão, por entender que não havia elementos que a justificas­sem.

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