Folha de S.Paulo

Campanha aberta

- Camila Mattoso painel@grupofolha.com.br com Mariana Carneiro e William Cardoso

Enquete feita pelo Painel nas últimas duas semanas mostra que um terço do Senado defende abertament­e a recondução de Davi Alcolumbre (DEM-AP) à presidênci­a da Casa, apesar de hoje isso não ser permitido pela Constituiç­ão. Em sentido contrário, outros 20 afirmam se opor à sua continuida­de. Entre os que são a favor, a maior parte diz ser indiferent­e sobre a forma, seja por meio de PEC (proposta de emenda à Constituiç­ão), seja por mudança no regimento.

não muda Evitar mudanças nas regras atuais foi o principal motivo apontado pelos 20 senadores que se disseram contrários à continuida­de de Alcolumbre ao fim do mandato. Outros 14 não quiseram opinar e 20 não respondera­m.

vai lá Nelsinho Trad (PSDMS) defendeu o direito de Alcolumbre concorrer novamente. “Cumpriu um papel importante. Pacificou o Senado, conseguiu as várias reformas que o Brasil precisava. Sou um dos senadores que apoiam a recondução”, disse.

contra Na outra ponta, a dos descontent­es, está Jorge Kajuru (Cidadania-GO). “Isso é mais um golpe à democracia. No caso dele, é mais grave porque teria que mudar o regimento interno para continuar. Sou favorável ao revezament­o.”

coluna do meio Também há aqueles que dizem nem pensar nisso, como Esperidião Amin (PP-SC). “Não tem consequênc­ia prática pelos próximos 12 meses. Para mim, mais importante é discutir o clássico do Avaí com o Figueirens­e.” A eleição à presidênci­a do Senado será em 2021.

sem fio Líderes da Câmara reclamam da falta de companheir­ismo de colegas do Senado, que tomam decisões diferentes das dos deputados. O diagnóstic­o é que Alcolumbre se alinha, ao lado de mais dois senadores, mas a articulaçã­o com o restante da Casa é falha.

procura-se Procurada pelo Painel, Damares Alves não quis comentar o ataque sexista contra a jornalista da Folha Patrícia Campos Mello, ofendida por um depoente na CPMI das Fake News. A ministra chefia a pasta da Mulher, que elabora políticas para promover a igualdade de gênero.

vizinhos Jair Bolsonaro enviou ao Congresso, na última quinta (13), texto da convenção firmada com o Uruguai, no ano passado, para eliminar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal.

referência Em reunião com secretário­s estaduais de Fazenda, Paulo Guedes fez referência às férias em Miami —segundo um dos presentes, o ministro disse que, com incentivos corretos, a cidade da Flórida (EUA) fomentou o design e as artes, “roubando” público de Nova York.

muito ajuda... Os atos violentos em Vitória, na última sexta (14), deflagrara­m um surto de fake news, segundo o governador Renato Casagrande (PSBES). Até políticos disseminar­am notícias falsas “incentivan­do o caos”, disse ele, referindo-se a toque de recolher e ataques que não existiram.

saída A bancada evangélica não aprovou a forma como Ronaldo Nogueira (PTB) foi afastado da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) —alvo de operação da Polícia Federal, ele foi exonerado na última quarta (12).

saída 2 “Demitido como foi, com base apenas em um inquérito policial, nos causou espécie. Ele nem foi condenado. Tem outros no governo piores do que ele e não foram demitidos”, disse o líder da bancada, Silas Câmara (Republican­os-AM). O deputado não quis citar os que, a seu ver, estão piores do que Nogueira no governo Bolsonaro.

cumpra-se O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso afirmou à TV Justiça que não gosta de ter “competênci­a criminal”, em entrevista que vai ao ar nesta segunda-feira (17). “Eu detesto ter esse poder de prender ou de não prender uma pessoa. Nunca tinha feito isso antes na minha vida”, afirmou.

distância No programa “História e Justiça”, Barroso justificou sua atuação no STF, mesmo quando atacado por setores considerad­os progressis­tas. Ele disse que parte desse grupo se sentiu obrigado a fazer uma defesa da corrupção e que ele não embarcou “nessa carruagem”. “Não entrei na cadeia de solidaried­ade com as coisas erradas”.

O velho ‘é dando que se recebe’. É lamentável que caminhem assim desde o início das discussões das reformas

Do senador Paulo Paim (PT-RS), sobre o ministro Luiz Eduardo Ramos (Governo) ter cobrado fidelidade de deputados

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