Folha de S.Paulo

Presidente defende medalha dada ao ex-PM: ‘Era um herói’

- Ana Luiza Albuquerqu­e

rio de janeiro O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (15), no Rio, que o excapitão da PM Adriano Nóbrega era um herói na época em que foi homenagead­o pelo senador Flávio Bolsonaro.

Essa foi a primeira manifestaç­ão do presidente sobre a morte do miliciano ligado ao seu filho mais velho.

Segundo investigaç­ões, Adriano atuava em atividades ilegais como milícia, jogo do bicho e homicídios.

Ele foi homenagead­o por Flávio em 2005 com a Medalha Tiradentes, mais alta honraria da Assembleia Legislativ­a do Rio. Bolsonaro também disse que foi ele quem determinou que Flávio condecoras­se o ex-PM.

“Não tem nenhuma sentença transitada em julgado condenando capitão Adriano por nada, sem querer defendê-lo. Naquele ano ele era um herói da Polícia Militar.”

Adriano estava detido quando foi homenagead­o por Flávio. Em janeiro de 2004, ele foi preso, acusado pelo homicídio de um guardador de carro. O então policial chegou a ser condenado, mas conseguiu recurso e acabou absolvido em 2007.

Na noite deste sábado, Bolsonaro divulgou nota em resposta ao governador da Bahia, Rui Costa (PT), que havia defendido os agentes locais. “[A PM baiana] não procurou preservar a vida de um foragido, e sim sua provável execução sumária”, afirmou.

“É um caso semelhante à queima de arquivo do ex-prefeito [de Santo André (SP)] Celso Daniel”, acrescento­u.

Mais cedo, questionad­o por jornalista­s se havia pedido que Flávio empregasse na Assembleia a mãe e a mulher de Adriano, o presidente respondeu que encerraria a conversa. Nessa hora, Flávio assumiu o microfone e disse: “Não adianta querer me vincular com a milícia”.

A Folha, então, voltou a perguntar sobre os parentes de Adriano no gabinete de Flávio. Bolsonaro rebateu: “Fica quieta, vai, deixa ele falar. Educação”. Colaborou Paulo Saldaña, de Brasília

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