Com grama sintética, Palmeiras espera ter vantagem sobre rivais
Equipe alviverde enfrenta Mirassol neste domingo pelo Paulista e poderá ter a estreia do lateral uruguaio Viña
PALMEIRAS MIRASSOL Às 16h, no Allianz Parque Na TV: Globo (para São Paulo)
são paulo O Palmeiras fará neste domingo (16), às 16h, contra o Mirassol, pelo Campeonato Paulista, o 1º jogo no
Allianz Parque após a implementação da grama sintética.
Antes da estreia, os jogadores do time alviverde fizeram apenas dois treinos no estádio nesta semana.
Além da nova grama, a equipe pode ter outra novidade na partida. O lateral esquerdo uruguaio Matías Viña está regularizado e poderá estrear. O Palmeiras tem 10 pontos na competição, 5 a menos que o Santo André, líder do Grupo B.
As primeiras impressões relatadas pelos atletas são positivas. Todos destacam como principal qualidade o nivelamento do gramado, condição que, segundo eles, faz o jogo ser mais fluído. “A bola vai vir rápida e vai rolar redonda”, define Lucas Lima.
Para o armador, isso não significa que o Palmeiras necessariamente levará vantagem sobre os rivais, apenas que jogará num campo sem irregularidades da grama. O meia Gustavo Scarpa, porém, pensa diferente. Na visão dele, os rivais vão sofrer com falta de adaptação, e o Palmeiras precisa explorar a situação.
“A gente tem de fazer valer a inexperiência dos adversários no nosso campo e procurar os resultados no começo [dos jogos] porque, no 2º tempo, a outra equipe se adapta”, disse o camisa 14.
Na Série A, o time paulista será o segundo a ter este tipo de campo. O primeiro foi o Athletico-PR. A grama sintética na Arena da Baixada foi implementada em 2016. Os dois compostos sintéticos não são do mesmo material.
Na casa palmeirense, o campo tem em sua constituição borrachas cilíndricas de 5 milímetros, chamadas de TPE, que é um tipo de “elastômero
termoplástico, que elimina até 15 graus em relação ao SDR, a borracha do society”, segundo Alessandro Oliveira, presidente da Soccer Grass, empresa responsável pela obra no Allianz Parque.
O investimento para que o Palmeiras tenha gramado sintético no Allianz e na Academia será de até R$ 10 milhões, segundo a WTorre, empresa que administra o estádio.
O gramado da Arena da Baixada tem microfibras de coco. Os dois tipos são homologados pela Fifa.
Alguns jogadores do Palmeiras já atuaram no campo do time paranaense. “A grama é muito boa e o jogo fica mais rápido. Particularmente, gostei de jogar lá”, disse Dudu.
Nem todos os palmeirenses compartilham da mesma visão. Em 2018, quando os clubes da Série A votaram pela liberação de campos sintéticos no Brasileiro e a diretoria do Palmeiras foi a favor, Felipe Melo ficou contrariado.
“Grama sintética, jamais [deveria ser usada]. Treinei algumas vezes e é muito complicado para dar carrinho, e quanto está quente, queima o pé”, afirmou o jogador. “Joguei com grama sintética na Copa da Itália e achei horrível.”
Na sexta (14), após o treino no Allianz, a Folha tentou ouvir a opinião do jogador, mas a assessoria do clube não o liberou para entrevistas.
Jorge Jesus, treinador do Flamengo, é outro que não demonstra entusiasmo ao falar sobre gramados sintéticos. No ano passado, a estreia dele à frente do time carioca foi à frente do Athletico, na Arena da Baixada, pela Copa do Brasil —o duelo terminou 1 a 1.
O português lamentou ter de jogar no campo. “A realidade é essa, jogar em campos sintéticos, poucos treinadores tem experiência, eu não tenho. Dirigi um jogo na Champions League na grama sintética e é diferente”, afirmou Jesus.