‘A chave é dar espaço para que as pessoas cresçam’
Sou fundadora do Se Vira, Mulher!, que capacita mulheres nas áreas de marcenaria, hidráulica, elétrica e mecânica.
Meu principal desafio foi contratar a equipe, porque trabalhamos em uma área com poucas mulheres. Uma colega de faculdade que se identificou com o negócio me ajudou a montar o primeiro curso. Fomos aprendendo juntas, não tínhamos experiência em dar aula. Fomos construindo uma didática aplicável à nossa proposta. Depois recrutamos online, divulgamos em redes sociais. Primeiro, chamamos as candidatas, avaliamos o currículo para olhar formação e experiência prática na área —prezamos muito pela experiência. Por exemplo, temos muitas engenheiras e arquitetas interessadas em ser instrutoras, mas entendemos que a teoria não é suficiente.
Entre os erros que cometi, já aconteceu de chamarmos pessoas que não se enquadravam no perfil. Fica difícil falar para ela “você não se encaixa, você não serve aqui”. Já é tão complicado encontrar mulheres nessa área e, quando a gente encontra, ainda temos que passá-las por um funil. É difícil excluir. O líder tem que, acima de tudo, trabalhar com empatia. A chave é dar espaço para as pessoas, deixar que elas se desenvolvam, que explorem seus potenciais. Acredito na minha equipe. Temos feito um ótimo trabalho porque cada uma tem liberdade para se desenvolver.
Thaís Nobre da Silva, 26, fundadora do Se Vira, Mulher!