Folha de S.Paulo

‘O maior desafio é encarar as diferenças de gerações’

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Existe um problema geracional. Hoje tenho bem definido o que é um “millennial”. Tem o “millennial” de classe média ou alta e também tem o de classe baixa, que é completame­nte diferente. A gestão desses perfis, assim como a dos “baby boomers”, é um desafio. O “millennial” que vem de classe alta tem expectativ­as muito grandes. Isso se reflete no dia a dia em inúmeros conflitos com a equipe. É óbvio também que a minha geração, a X, também tem dificuldad­es, tanto com a comunicaçã­o quanto com a gestão dessa geração mais jovem. Essa diferença geracional precisa ser coordenada. Para isso é preciso entender as expectativ­as de cada um, ouvir. A pessoa da geração X tende a pensar que é “mimimi”. Para resolver, é preciso fazer quase uma sessão de terapia: tem que sentar e dar liberdade para cada um falar o que quiser falar. Aquisição de talento é outro tema complicado. Eu sou diretor-executivo de uma produtora de vídeo e lido com uma área que mexe com o lado artístico da pessoa. Além do talento, avalio também o quanto a pessoa lida bem com trabalho em equipe. Tento conversar com quem já trabalhou com o candidato antes, alguém que possa falar melhor sobre ele como profission­al. O ponto final é o papo: chamar para conversar. Procuro sempre contratar as pessoas mais transparen­tes, que falam de seus medos, não as que maquiam as coisas.

Roney Giah, 45, diretor-executivo da produtora Doiddo Filmes

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