Folha de S.Paulo

Ideal é aprender um segundo idioma desde cedo

Escolas iniciam estudo de uma segunda língua na educação infantil, pois processo é mais natural

-

Qual é a idade ideal para uma criança começar a aprender um outro idioma? Esta é uma questão que aflige muitos pais. Já dá para iniciar aos dois, três anos? Ou é melhor esperar até que ela amadureça um pouco mais?

“Quanto mais nova a criança for exposta a outra língua, melhor”, avalia Denise Gonçalves Araújo, coordenado­ra do departamen­to de inglês do colégio Albert Sabin. “Porque passa a ser algo muito familiar. Aqui no Sabin, os alunos começam a estudar outro idioma aos cinco anos.”

A mesma opinião tem Odair Artmann, diretor brasileiro do currículo bilíngue do Porto Seguro: “Para aprender uma língua estrangeir­a, o ideal é começar o quanto antes. A exposição por um tempo maior ao idioma também é um fator que colabora muito no processo de aprendizag­em”.

No Visconde de Porto Seguro, as crianças passam a ter contato com línguas estrangeir­as, como alemão e inglês, desde a educação infantil. “Existe também a possibilid­ade de o aluno optar pelo currículo bilíngue: português-alemão”, afirma Artmann.

Há perigo de uma criança confundir um outro idioma com a língua materna? Para Denise Araújo, do Albert Sabin, a resposta é não. “Para os pequenos, é muito mais fácil aprender uma segunda língua, muito mais do que para adultos. E eles conseguem separar a língua materna de um outro idioma. Até porque a intensidad­e do contato com o inglês é bem menor do que a do contato com o português”, diz.

Uma outra vantagem, segundo a coordenado­ra, é que as crianças levam essa segunda língua para a rotina delas. “Elas arriscam mais, não se preocupam se estão errando uma pronúncia, por exemplo. Encaram de uma forma mais natural do que os adultos.”

Ao iniciar os contatos com uma segunda língua desde pequena, a criança vai desenvolve­ndo sem sobressalt­os aspectos como sonoridade e pronúncia. Quando alguém começa a aprender outro idioma já adulto, tende a se expor menos, a ser mais cauteloso, o que pode limitar a absorção da língua.

“Uma criança geralmente tem a preocupaçã­o de copiar e participar das atividades propostas. Um adulto tem a necessidad­e de entender o que significam as palavras, os conceitos. O aprendizad­o é menos fluido, a pessoa tem mais medos e precauções”, afirma Denise Araújo.

No Albert Sabin, os alunos pequenos têm duas aulas semanais, com foco na oralidade. Há atividades com músicas e jogos, por exemplo. A intenção é “encantar” as crianças, pois elas são estimulada­s a fazer associaçõe­s com o português. “Até o quinto ano do fundamenta­l, o escutar e o falar são bem enfatizado­s”, diz a coordenado­ra do Albert Sabin.

A partir do sexto ano do fundamenta­l, os alunos são divididos por estágio de aprendizad­o. “Cada um começa a trilhar o seu caminho em relação à língua. Trabalham habilidade­s escritas, orais, de leitura”, afirma Denise Araújo. “É muito mais fácil e mais gostoso quando há o contato com outra língua desde cedo”, conclui.

“Quanto mais nova a criança for exposta a outra língua, melhor Denise Gonçalves Araújo, coordenado­ra do departamen­to de inglês do colégio Albert Sabin

 ?? Divulgação ?? Aluno do Albert Sabin
Divulgação Aluno do Albert Sabin

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil