Folha de S.Paulo

Bolsonaro, Damares e Moro veem Fla vencer

Cariocas dominaram Athletico-PR na conquista da Supercopa do Brasil; presidente e ministros ficaram em camarote

- Talita Fernandes O colunista está em férias Juca Kfouri

brasília e são paulo O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) levou na manhã deste domingo (16) seus dois ministros mais populares, Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), para o camarote do estádio Mané Garrincha, em Brasília, onde o Flamengo venceu o Athletico-PR por 3 a 0 para sagrar-se campeão da Supercopa do Brasil.

Gabigol foi o destaque em campo. Deu a assistênci­a para

Bruno Henrique abrir o placar, antes de ampliar o marcador, tudo no primeiro tempo. O uruguaio Arrascaeta anotou o terceiro.

Habitual frequentad­or de estádios desde que tornou-se presidente, Bolsonaro foi com Moro ao futebol pela primeira vez em junho do ano passado, também em um jogo do Flamengo, três dias após virem à tona diálogos que levantaram suspeita sobre a imparciali­dade do ex-juiz nos julgamento­s da Lava Jato.

Na ocasião, Moro trajava terno e gravata e, por sugestão de Bolsonaro, chegou a vestir um uniforme do Flamengo que recebeu de um torcedor.

Neste domingo, estava mais à vontade, de camisa social com as mangas dobradas.

Em seu perfil no Twitter, o ministro publicou, durante o jogo, uma foto sua no estádio, dizendo que estava “torcendo para o rubro-negro”.

Tanto Athletico quanto Flamengo têm as cores vermelha e preta. Moro nasceu em Maringá e já foi visto na arquibanca­da de estádios em jogos do time paranaense, mas faz mistério sobre o clube que torce. Bolsonaro é palmeirens­e.

Estavam também no camarote outros três ministros: Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucio­nal), Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestru­tura) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), bem como o vice-presidente Hamilton Mourão e o chefe da Secretaria Especial de Comunicaçã­o Social da Presidênci­a, Fabio Wanjgarten.

Não houve vaias nem aplausos significat­ivos direcionad­os à comitiva dos políticos. Em um dos pontos da arquibanca­da havia faixa com a imagem da vereadora Marielle Franco, do PSOL, que era torcedora do Flamengo e foi assassinad­a em 2018.

A Folha questionou a Presidênci­a e a CBF sobre quem bancou os ingressos de Bolsonaro e seus convidados, mas ainda não obteve resposta.

Mais de 48 mil pagantes comparecer­am ao estádio.

Campeão, o Flamengo receberá R$ 5 milhões em premiação. O vice ficará com R$ 2 mi.

Em 2020, a Supercopa voltou ao calendário do futebol brasileiro após quase 30 anos —antes, havia sido disputado duas vezes, em 1990 e 1991.

O torneio é disputado entre o campeão brasileiro (no caso, os cariocas) e da Copa do Brasil (os paranaense­s).

Neste domingo de forte calor em Brasília, o Flamengo dominou o jogo, marcando sob pressão e deixando pouco espaço para seu adversário. O Athletico, menos entrosado, apostou nos contra-ataques e pouco incomodou.

De 2019 para cá, os paranaense­s perderam atletas importante­s, como o zagueiro Léo Pereira, o volante Bruno Guimarães e os atacantes Marcelo Cirino e Marco Ruben. Além disso, a partida em Brasília foi apenas a segunda dos titulares em 2020.

O time também trocou de treinador. Dorival Júnior assumiu o posto de Tiago Nunes, que foi para o Corinthian­s.

O Flamengo manteve a base campeã nacional e da Libertador­es. O único titular que saiu foi Pablo Marí.

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Ueslei Marcelino/Reuters À esquerda, atletas do Flamengo com a taça da Supercopa; Abaixo, Bolsonaro acena para torcedores ao lado do ministro Sergio Moro
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Rudy Trindade/FramePhoto/Agência O Globo

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