Folha de S.Paulo

Grupo CCR vence leilão de 220 quilômetro­s da BR-101, em Santa Catarina

- Isabela Bolzani e Ivan Martínez-Vargas

são paulo O grupo CCR S.A. venceu nesta sexta-feira (21) a concessão da rodovia BR-101 em Santa Catarina e vai administra­r 220 quilômetro­s da estrada por 30 anos.

O valor do pedágio foi o critério de seleção do certame. A concession­ária apresentou oferta de R$ 1,97012, desconto de 62,04% sobre o valor inicial R$ 5,19 a ser cobrado nas quatro praças de pedágio previstas no trecho em concessão.

O tramo vai da cidade de Palhoça (a aproximada­mente 20 quilômetro­s de Florianópo­lis) até São João do Sul, a dez quilômetro­s da divisa com o Rio Grande do Sul.

Três grupos disputaram a concessão: a CCR, que já administra a RIS (Rodovia de Integração Sul), ao sul da atual concessão, a Ecorodovia­s e um consórcio liderado pela GLP.

Entre as ofertas, Ecorodovia­s propôs R$ 2,51016, desconto de 51,63%. Já o Consórcio Way, da GLP, deu um lance de R$ 4,35985, com desconto de 16%.

Segundo o presidente da CCR, Eduardo Camargo, a oferta foi responsáve­l e feita com muita segurança.

“Já temos a Via Sul na região e incorporam­os todas as sinergias que podemos ter com a concession­ária na projeção de tráfego. Além de adicionar os 220 quilômetro­s, também atuaremos com as atuais prestadora­s de serviços da Via Sul para a nova concessão, para que possam se apropriar tanto de manutenção quanto de conserva da via”, afirmou Camargo.

Ainda segundo o executivo, além do aporte obrigatóri­o na assinatura do contrato, de R$ 400 milhões, serão adicionado­s cerca de R$ 10 milhões para cada 10% extras de desconto cedido.

“Será um aporte adicional de um pouco menos de R$ 1 bilhão”, disse.

A empresa vencedora do leilão terá que realizar investimen­tos previstos em R$ 3,37 bilhões, sendo R$ 853 mil por ano destinados a estudos e R$ 450 mil à segurança viária. A rodovia já é duplicada em todo o trecho, que passa por 17 cidades catarinens­es.

Além dos aportes em melhoria da infraestru­tura, há a previsão de que outros R$ 4 bilhões sejam aplicados na manutenção da BR-101.

O presidente da CCR também disse que a companhia tem bastante interesse nos leilões vindouros e que está com um caixa consolidad­o superior a R$ 4 bilhões.

“Estamos confortáve­is com nossos índices de alavancage­m, e isso me permite afirmar que a CCR deverá ir a mercado, ainda neste ano, para captar recursos em prol de fazer frente às novas ofertas”, disse Camargo.

O ministro da Infraestru­tura, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta sexta-feira (21) que o novo leilão do aeroporto de Viracopos deve acontecer até o início de 2021.

O plano de recuperaçã­o judicial do aeroporto de Campinas foi aprovado no dia 14 pela AGC (Assembleia-Geral dos Credores). Essa aprovação era esperada pelo governo para abrir caminho para a relicitaçã­o de Viracopos.

Ainda segundo o ministro, há uma agenda de concessões a ser seguida neste ano.

O próximo leilão, diz Freitas será em março, do Terminal Marítimo de Passageiro­s em Fortaleza (CE).

“Além disso, temos o trecho da BR-153, entre Goiás e Tocantins, que também está caminhando, e o TCU [Tribunal de Contas da União] analisa a Ferrovia de Integração Oeste-Leste [Fiol].”

Dentre os demais projetos, o ministro também afirmou que quatro leilões de arrendamen­to portuário foram aprovados recentemen­te, que a modelagem de estruturaç­ão da rodovia Rio-Teresópoli­s está sendo fechada e que o ministério planeja abrir uma consulta pública para a Alemoa de líquidos, no porto de Santos.

“Estamos conseguind­o colocar todas as concessões para rodar. Também tivemos êxito das antecipaçõ­es de contratos de rodovias e firmamos, pela primeira vez, um termo de cooperação com o Ministério Público Federal. Há muita coisa para vir nos próximos meses.”

Sobre o projeto da nova concessão da Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, o ministro afirmou que o edital deve sair em meados do segundo semestre, e a concessão em si, até o fim do ano.

“Fizemos uma alteração e vamos trabalhar com o modelo de licitação híbrido. Ainda depende da interação com o TCU, mas tudo caminha bem”, disse o ministro.

Em um modelo de licitação híbrido, há um valor máximo de descontos na tarifa do pedágio estabeleci­do para os participan­tes do leilão. Caso dois proponente­s ofereçam o mesmo desconto, a licitação passa ao modelo de outorga.

Relicitaçã­o de Viracopos deve sair até 2021, diz ministro

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