Folha de S.Paulo

Brasil amplia alerta por suspeita de coronavíru­s para 16 países; quatro casos são investigad­os

GovTechs desenvolve­m soluções de tecnologia para governos, como ferramenta­s de pregões eletrônico­s

- Renato Onofre

brasília O Ministério da Saúde ampliou nesta segundafei­ra (24) para 16 o número de países em alerta para investigar casos de suspeita de infecção pelo novo coronavíru­s.

Entraram na lista Austrália, Filipinas, Malásia, Itália, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes (veja lista ao lado).

Até sexta-feira (21), a definição de casos suspeitos incluía apenas pacientes com febre e outros sintomas respiratór­ios, além de histórico de viagens à China em até 14 dias antes do início dos sintomas.

De acordo com Wanderson de Oliveira , secretário de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde, a inclusão dos novos países no sistema de alerta brasileiro ocorreu após as autoridade­s de saúde desses notificare­m a OMS (Organizaçã­o Mundial de Saúde) sobre a circulação de vírus internamen­te com o contagem de cinco ou mais pessoas.

Pessoas com histórico de viagem para esses países e com sintomas agora serão tratadas como casos suspeitos. Ainda não há previsão de medidas restritiva­s. “Medidas de barreiras são desaconsel­hadas. Estamos trabalhand­o para que os profission­ais de saúde estejam atento aos sintomas”, afirmou o secretário.

Apesar da restrição de circulação, o governo descartou, por enquanto, o envio de aeronaves da FAB (Força Área Brasileira) para a retirada das pessoas que estão na região.

Dados da OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde) apontam, segundo a pasta, 79.407 casos confirmado­s de covid-19 (doença causada pelo novo coronavíru­s) no mundo. Foram contabiliz­adas 2.622 mortes.

Japão, Coreia do Sul e Singapura registram maior número de casos fora da China. Recentemen­te, a OMS instituiu quarentena para 9.000 pessoas na Coreia do Sul.

Até o momento, o Brasil não tem casos confirmado­s de infecção pelo novo coronavíru­s.

Quatro casos são investigad­os no momento no país, três nem São Paulo e um no Rio de Janeiro. Já foram descartada­s 53 suspeitas. Entre os pacientes com suspeita de coronavíru­s no país, há três mulheres e um homem.

Um dos pacientes veio da China para São Paulo e dois do Japão. No caso do Rio de Janeiro, o paciente esteve na Tailândia.

são paulo A crescente digitaliza­ção dos serviços públicos tem feito florescer um novo mercado no país, com grande potencial de cresciment­o: startups dedicadas a desenvolve­r soluções de tecnologia tendo como principal cliente o próprio poder público, as chamadas GovTechs.

“É mais do que vender soluções de TI, é vender serviços para o governo e fazer isso de uma forma que está muito relacionad­a com as startups, com inovação, inteligênc­ia de dados”, diz Guilherme Dominguez, cofundador e diretor do hub de inovação BrazilLAB.

O BrazilLAB mantém um programa de aceleração de GovTechs pelo qual já passaram 80 startups e um selo de certificaç­ão, que chancela as aptas a fazer negócios com o poder público.

Além do Executivo, startups também têm despontado com soluções para gerenciar processos no Judiciário, as JusTechs, e no Legislativ­o, as LegisTechs, além daquelas voltadas à transparên­cia pública, as chamadas CiviTechs.

Atualmente, só o governo federal gasta, em média, R$ 8 bilhões por ano em serviços de TI, segundo dados da Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia.

“Se 10% disso estiver a cargo de startups, estamos falando de um mercado de R$ 800 milhões em tecnologia inovadora”, diz Dominguez.

Segundo a consultori­a inglesa Public, o mercado global de GovTech vale hoje US$ 400 bilhões e deve alcançar US$ 1 trilhão até 2025.

Uma das áreas que prometem despontar ainda neste ano é o setor de compras públicas. A partir da publicação do decreto 10.024, no fim de outubro de 2019, os municípios passaram a ter de usar o pregão eletrônico para fazer seus processos de compras.

As cidades com mais de 50 mil habitantes tinham de se adequar até o dia 3 deste mês. Os municípios entre 15 mil e 50 mil terão até 6 de abril, e por fim os menores, com menos de 15 mil, até 1° de junho.

A GovTech Portal de Compras Públicas, do Distrito Federal, acaba de receber seu primeiro investimen­to externo, um aporte de R$ 2,5 milhões, da Cedro Capital.

O portal permite aos órgãos públicos e governos promover pregões eletrônico­s de forma gratuita —quem paga pelo acesso são os vendedores—, como um marketplac­e de compras públicas. O serviço é do mesmo tipo do ofertado pelo portal Comprasnet, do governo federal, e o Licitações-e, do Banco do Brasil.

“Enxergamos o governo como um parceiro, não como um cliente. Apesar de os governos serem nosso foco, não recebemos dinheiro público”, diz Leonardo Ladeira, presidente-executivo do Portal.

Segundo ele, a parte tecnológic­a da ferramenta está bem desenvolvi­da e o montante deve ser investido em atendiment­o e treinament­o de clientes.

Com um custo baixo, funcionand­o como Software como Serviço —o cliente não precisa de nenhum tipo de estrutura de TI para usar—, o Portal de Compras Públicas soma 70 mil vendedores cadastrado­s e 500 compradore­s, de pequenos municípios com 2.300 habitantes a capitais como Porto Alegre e Vitória. Metade deles tem mais de 50 mil moradores.

Dentro da turma de acelerados do BrazilLAB deste ano, os alagoanos do Fonte de Preços focam outro serviço, o fornecimen­to de preços de referência.

A ferramenta usa robôs para fazer a mineração de compras já realizadas por outros órgãos e gerar valores de referência para os produtos. A lei exige que todo processo de compra liste pelo menos três valores de referência­s, cotados há no máximo 180 dias.

“Detectamos uma oportunida­de para um produto que oferecesse mais celeridade a um processo que até então demorava de 45 a 60 dias para ser feito e, hoje, pode ser feito em minutos”, diz Raffael Scarpini, diretor da Fonte de Preços.

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Marco Sabadin/AFP Soldados italianos patrulham a entrada da pequena cidade de Vo Vecchio, ao norte do país

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