Cunha, Marcos Valério e doleiro conseguem prisão domiciliar
rio de janeiro , curitiba e belo horizonte O publicitário Marcos Valério e dois dos principais presos da Lava Jato, o exdeputado Eduardo Cunha e o doleiro Dario Messer, conseguiram decisões autorizando a ida para prisão domiciliar em decorrência dos riscos da pandemia do novo coronavírus.
A Justiça Federal do Paraná determinou nesta quinta (26) Cunha, condenado em processos da operação, passe a ficar detido em casa com uso de tornozeleira eletrônica.
A decisão da juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, detalha que Cunha está internado em um hospital particular no Rio por conta de uma cirurgia de urgência realizada no dia 20 de março.
A defesa de Cunha apontou que o médico que fez a cirurgia no ex-deputado foi diagnosticado com a Covid-19 e que, por isso, o político também foi submetido ao teste.
Hardt considerou que a situação é “excepcional” e que Cunha está em “vulnerável risco de contaminação”, já que possui 61 anos e encontra-se em “frágil estado de saúde”.
O ex-deputado, um dos principais responsáveis pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, estava detido em regime fechado desde outubro de 2016.
Ele só poderá receber visitas de parentes, advogados, profissionais de saúde e de outras 15 pessoas cujos nomes devem ser indicados pela defesa, aprovados pelo Ministério Público Federal e avaliados pela Justiça. Não podem integrar a lista delatores ou investigados da operação. Cunha também não poderá promover festas ou outros eventos em casa.
O pedido para prisão domiciliar, apresentado pela defesa de Marcos Valério Fernandes de Souza, operador dos mensalões de PSDB e PT e condenado pelos dois esquemas, foi deferido pela Justiça de Minas Gerais. Ele cumpre pena no regime semiaberto em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte.
O desembargador Paulo Calmon Nogueira da Gama concedeu prisão domiciliar por 90 dias, mediante condições a serem definidas pelo juiz da execução. Assim, Marcos Valério segue no semiaberto, mas em sistema de custódia domiciliar.
Messer, 61, é hipertenso e esteve internado entre 18 e 20 de março —quando a epidemia já havia chegado ao país— para a retirada de lesões cutâneas compatíveis com melanoma maligno.
O doleiro foi preso em julho do ano passado após ficar mais de um ano foragido da polícia. Acusado de ser o mentor de um esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 5 bilhões entre 2011 e 2017, ele foi detido na região dos Jardins, em São Paulo.