Anvisa aprova seis novos testes de coronavírus
Já são 17 produtos do tipo no Brasil; cinco dos novos exames dão resultado rápido, mas com menor grau de precisão
brasília A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou na quinta-feira (26) seis novos testes para diagnóstico de infecção pelo novo coronavírus. Com isso, o total de produtos já registrados no Brasil chega a 17.
O aval é necessário para que as empresas possam oferecer os testes em laboratórios e hospitais. Não há previsão de venda direta à população.
Cinco dos seis novos produtos são testes rápidos, do tipo sorológico, que usam uma amostra de sangue para detecção de anticorpos contra o coronavírus.
Em geral, o resultado desse tipo de teste leva entre 10 a 30 minutos para sair. Especialistas alertam, porém, para a necessidade de adoção de protocolos e de verificação prévia dos dados de cada produto antes do uso em larga escala.
Isso porque o corpo demora a produzir anticorpos —ao menos cinco dias, segundo as empresas. Com isso, um resultado negativo antes do período recomendado para cada teste não excluiria uma infecção pela doença.
A recomendação é que os dados dos testes rápidos sejam avaliados em conjunto com análise de sintomas ou aplicação de novos exames.
Também é necessário verificar os dados de sensibilidade desses testes para uso no Brasil, já que a maioria dos produtos é importada de outros países e pode haver variações.
A Anvisa não deu dados detalhados dos novos produtos. Em nota, diz que a oferta e a produção dos kits dependerão da capacidade de cada empresa. Os registros foram publicados no Diário Oficial da União desta quinta-feira.
Nos últimos dias, a agência aprovou 11 testes para diagnóstico do novo coronavírus, a maioria do tipo rápido.
Os testes usados no país usam a técnica de PCR, que verifica a presença de material genético do vírus em amostras coletadas das vias respiratórias, como muco.
Trata-se de um modelo que tem alto de grau de precisão e é considerado “padrão ouro” para testagem. O tempo de análise, porém, é maior, e leva em torno de quatro horas —somados outros processos, porém, o prazo sobe para até dois dias.
Nesta semana, o Ministério da Saúde anunciou que pretende ampliar para 22,9 milhões a oferta de exames para o coronavírus no país.
Deste total, 14,9 milhões são testes que usam a técnica de PCR, usados para diagnóstico de pacientes internados em hospiais com quadro grave.
Os demais são os chamados testes rápidos. A ideia da pasta é iniciar o uso desse segundo modelo em profissionais de saúde e da área de segurança.
O protocolo inicial prevê que eles sejam aplicados oito dias após o registro dos primeiros sinais e sintomas para verificar a possibilidade de retorno ao trabalho. Nesse intervalo, os profissionais ficariam em isolamento domiciliar.
Ao mesmo tempo, o governo também pretende usar o modelo em postos volantes, do tipo “drive-thru”, que devem ser instalados para testagem de casos leves.
A medida deve ser inicialmente restrita a cidades com mais de 500 mil habitantes.
O Ministério da Saúde tem enfrentado críticas pela decisão de concentrar exames apenas em casos graves.
Nesta quinta-feira, o secretário de vigilância em saúde, Wanderson Oliveira, voltou a comentar a intenção de aumentar a testagem. Segundo ele, há possibilidade de que o volume ofertado ultrapasse 22,9 milhões durante o período de emergência.
O aumento, porém, ainda depende de negociação com empresas e da oferta de insumos para produção de testes no país.