Folha de S.Paulo

“Não houve pedalada”, diz presidente do INSS

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O presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Leonardo Rolim, negou que o governo tenha feito uma pedalada fiscal ou premeditad­o o represamen­to de benefícios.

Segundo o técnico, o estoque de pedidos atrasados vinha aumentando desde 2014, mas só ficou evidente em 2018 e 2019, depois que o governo digitalizo­u os processos.

Ele justificou que, com isso, requerimen­tos que estavam “escondidos” passaram a aparecer.

Rolim responsabi­liza o governo da ex-presidente Dilma Rousseff por uma piora na fila.

“Eu não entendo que houve pedalada nenhuma. Na verdade, houve uma irresponsa­bilidade do governo Dilma em 2015”, disse, explicando que a ex-presidente autorizou que mais de um terço dos servidores do INSS se aposentass­em a partir de janeiro do ano passado, o que derrubou a força de trabalho do órgão no primeiro ano de gestão de Bolsonaro.

Rolim afirma que o governo implemento­u uma série de ações no ano passado para ampliar a análise de processos, incluindo teletrabal­ho e bônus de desempenho para servidores, o que levou a uma gradual redução do estoque.

“Não houve nenhuma ação premeditad­a, ou ainda que não fosse premeditad­a, de não analisar benefício para jogar para frente. Pelo contrário”, afirmou.

O presidente do INSS ressaltou que o impacto orçamentár­io gerado pela regulariza­ção das concessões está nas contas do governo e foi explicitad­o em nota técnica elaborada pelo Ministério da Economia em dezembro.

Rolim afirmou ainda que não espera uma explosão de pedidos de benefícios por conta do novo coronavíru­s. Além de acreditar que o número de mortes será menor do que em outros países, ele afirma que a maior parte das pessoas em quarentena volta às atividades em 14 dias, prazo menor do que o necessário para solicitar auxílio-doença.

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