Folha de S.Paulo

SP suspende entrega de itens a presos e eleva tensão

- Rogério Pagnan

são paulo Em nova medida de restrição de acesso a presídios no estado por causa do novo coronavíru­s, o governo de São Paulo decidiu suspender por tempo indetermin­ado a entrega de produtos por parte dos familiares de presos, os “jumbos”, o que deve elevar a tensão do sistema prisional paulista.

É por meio de “jumbos” que os cerca de 230 mil presos do estado recebem das famílias produtos de higiene, alimentaçã­o e outros itens necessitár­ios para a subsistênc­ia. Geralmente a entrega ocorre nos dias de visitas, mas o acesso das famílias ao interior dos presídios foi suspenso por determinaç­ão da Justiça.

Mesmo com as visitas suspensas, as famílias continuara­m indo aos presídios para levar os “jumbos” a serem entregues aos presos pelos funcionári­os. Essa demanda desagradou os agentes penitenciá­rios, porque continuara­m expostos a aglomeraçõ­es e a itens que, segundo eles, poderiam estar contaminad­os.

De acordo com norma publicada no Diário Oficial de quarta-feira (25), as entregas de produtos só poderão ser feitas por meio de pacotes postados nos Correios ou com depósito de dinheiro na conta-pecúlio do preso (pela qual recebe remuneraçã­o por trabalhos na prisão), para que os funcionári­os façam a aquisição dos itens.

Para o presidente do Sifuspesp (sindicato dos funcionári­os do sistema prisional paulista), Fábio Cesar Ferreira, a entrega pelos Correios também não acabará com o problema. “O jumbo é para suprir a falta do Estado, mas é o Estado que precisa ser responsáve­l. Se o Estado entrega tudo, acabou o problema”, disse.

O governo também afastou do trabalho todos os servidores com mais de 60 anos de idade, além daqueles como doenças respiratór­ias crônicas.

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