SP suspende entrega de itens a presos e eleva tensão
são paulo Em nova medida de restrição de acesso a presídios no estado por causa do novo coronavírus, o governo de São Paulo decidiu suspender por tempo indeterminado a entrega de produtos por parte dos familiares de presos, os “jumbos”, o que deve elevar a tensão do sistema prisional paulista.
É por meio de “jumbos” que os cerca de 230 mil presos do estado recebem das famílias produtos de higiene, alimentação e outros itens necessitários para a subsistência. Geralmente a entrega ocorre nos dias de visitas, mas o acesso das famílias ao interior dos presídios foi suspenso por determinação da Justiça.
Mesmo com as visitas suspensas, as famílias continuaram indo aos presídios para levar os “jumbos” a serem entregues aos presos pelos funcionários. Essa demanda desagradou os agentes penitenciários, porque continuaram expostos a aglomerações e a itens que, segundo eles, poderiam estar contaminados.
De acordo com norma publicada no Diário Oficial de quarta-feira (25), as entregas de produtos só poderão ser feitas por meio de pacotes postados nos Correios ou com depósito de dinheiro na conta-pecúlio do preso (pela qual recebe remuneração por trabalhos na prisão), para que os funcionários façam a aquisição dos itens.
Para o presidente do Sifuspesp (sindicato dos funcionários do sistema prisional paulista), Fábio Cesar Ferreira, a entrega pelos Correios também não acabará com o problema. “O jumbo é para suprir a falta do Estado, mas é o Estado que precisa ser responsável. Se o Estado entrega tudo, acabou o problema”, disse.
O governo também afastou do trabalho todos os servidores com mais de 60 anos de idade, além daqueles como doenças respiratórias crônicas.