MÔNICA BERGAMO
DEPENDE DE NÓS
A Fiocruz fez um estudo sobre a vulnerabilidade das diversas microrregiões brasileiras à chegada do novo coronavírus. E concluiu que, quanto maior a adesão a políticas de isolamento social nas cidades onde ele já circula, mais tempo as demais ganham para se preparar para a Covid-19. O intervalo varia de dez a 75 dias.
pêndulo Quando a adesão é baixa, com circulação de transporte intermunicipal e sem redução de contato social, o vírus demora dez dias para migrar para outras cidades. Quando ela é mais alta, com 80% de interrupção de um município a outro e até 32% de isolamento dos moradores em suas casas, o prazo sobe para 75 dias.
malha O estudo, assinado pelo pesquisador Marcelo Gomes, cruzou os dados do IBGE de deslocamentos pendulares —quando uma pessoa mora em uma cidade e trabalha no município vizinho— e também de origem e destino dos passageiros de avião no Brasil.
veloz Segundo ele, a primeira onda de disseminação, a partir de São Paulo e Rio para todas as capitais e grandes centros urbanos, já ocorreu. É possível ainda tornar a segunda onda mais lenta.
sistema O Sindicato dos Médicos de SP (Simesp) recebeu 77 denúncias de faltas de equipamentos de proteção individual para o uso de profissionais da saúde que trabalham em hospitais públicos e privados do estado.
sistema 2 Além delas, foram registradas 30 denúncias de fluxo errado de encaminhamento de casos suspeitos da Covid-19, uma de falta de infraestrutura de atendimento e outras sete de sobrecarga na capacidade de atendimento.
precário E o Ministério Público de SP instaurou um inquérito civil para apurar denúncias de falta de equipamentos individuais de proteção, como máscaras e luvas, no estado e no município de São Paulo. A ação foi aberta depois de representação feita pelo vereador Celso Giannazi (PSOL-SP).
risco “Tal situação, se confirmada, revela extrema gravidade na medida em que a contaminação dos profissionais de saúde, além de ampliar a circulação do vírus, certamente implicará em dificuldades ainda maiores para o enfrentamento da pandemia”, afirma ofício assinado pelos promotores Dora Martin Strilicherk e Arthur Pinto Filho.
de fora A radicalização do discurso do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) contra medidas de isolamento em combate ao novo coronavírus não conta com o apoio da bancada da bala. O grupo é alinhado, ideologicamente, a parte do eleitorado bolsonarista.
olhos abertos “Não é uma base cega. A chamada bancada da bala é aliada, mas longe de ser devota [de Bolsonaro]. Devoto faz sem questionar”, afirma o deputado Capitão Augusto (PL-SP), líder da Frente Parlamentar.
isolamento Confinada na sua casa em Gênova, na Itália, há três semanas por conta da grave pandemia do novo coronavírus que acomete aquele país, a modelo brasileira Lea T viu como “uma loucura” o discurso do presidente Jair Bolsonaro na noite de terça (24). “O que estamos vivendo aqui na Itália é realmente horrível”, diz.
comunidade “Você fica o dia inteiro em casa esperando os jornais mostrarem a contagem dos mortos e contaminados”, diz. “Eu gostaria que fosse uma ‘gripezinha’ e que o Bolsonaro estivesse certo. Mas não é algo tão simples. Se fosse, quem ia ser tão burro de fechar um país e bloquear a economia?”
em casa Diferentemente de sua mãe, Regina Duarte, a atriz Gabriela Duarte tem defendido a quarentena e o isolamento social em meio à pandemia do novo coronavírus.
calma lá Regina fez uma publicação endossando as declarações de Jair Bolsonaro e outra questionando as medidas de isolamento.
gratidão Já Gabriela postou uma foto no Instagram com a mensagem “fique em casa”. “Todo meu respeito e gratidão aos profissionais que não podem ficar em casa (da saúde, limpeza pública, caminhoneiros, e todos aqueles que não podem parar...) mas, se você pode .... FIQUE EM CASA! #ficaemcasabrasil”, escreveu.