Presidente diz que não discutirá publicações deletadas
brasília O presidente Jair Bolsonaro não quis comentar nesta segunda-feira (30) o fato de o Twitter ter apagado, um dia antes, duas de suas postagens. Questionado quando deixava o Palácio da Alvorada pela manhã, alegou que, como se trata de uma empresa privada, não comentaria.
“Não vou discutir, é uma empresa particular”, afirmou.
Quando fez a afirmação, o Facebook e o Instagram ainda não haviam apagado publicação do presidente das suas plataformas.
“Apoie o Mandetta, dê apoio ao Mandetta. Mantenha ele. Não dê munição para inimigo”, gritou uma mulher que, junto com outras pessoas, aguardava o presidente deixar a residência oficial. O presidente não reagiu à manifestação, ficando apenas em silêncio.
Bolsonaro tem agido na contramão de seu ministro, o que tem levado o meio político a entender que o presidente está procurando desgastá-lo para forçar que o chefe da pasta peça para deixar o cargo.
No domingo, ele já havia escutado de uma outra mulher apelo semelhante.
“Presidente, confia no Mandetta, ele é o cara”, disse um homem. Em seguida, uma mulher defendeu o isolamento. “Isolamento para nós, hein? Isolamento. Sem isolamento a gente não se cuida”, afirmou ela, enquanto Bolsonaro entrava no carro.
Em meio à pandemia do novo coronavírus, o presidente saiu de carro na manhã de domingo para visitar pontos de comércio local e o Hospital das Forças Armadas (HFA).
A visita de Bolsonaro gerou aglomeração de pessoas no momento em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o próprio Ministério da Saúde recomendam isolamento social para evitar o contágio do novo coronavírus, que já matou 159 pessoas no Brasil.
O comboio presidencial passou por pontos de comércio na Asa Norte e no Sudoeste, além de Ceilândia e Taguatinga, regiões administrativas do DF. Bolsonaro falou com funcionários de supermercados e padarias e com vendedores autônomos.
O giro de Bolsonaro ocorreu um dia após Mandetta ter reforçado a importância do distanciamento social à população nesta etapa da pandemia do coronavírus.