Tuíte questionado faz Trump ameaçar fechar redes sociais
O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou fechar empresas de mídia social, um dia após o Twitter incluir advertência de verificação de fatos a alguns de seus tuítes. As companhias não se pronunciaram.
WASHINGTON | REUTERS O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou regulamentar ou fechar as companhias de mídia social por sufocarem as vozes conservadoras, um dia depois de o Twitter anexar um rótulo de advertência a alguns de seus tuítes, recomendando que os leitores verificassem a procedência das afirmações do mandatário.
Sem oferecer provas, Trump acusou as mídias sociais de parcialidade, tuitando que os republicanos sentem que as plataformas silenciam as vozes conservadoras. “Regulamentaremos fortemente, ou vamos fechá-las, antes de permitir que isso aconteça.”
A ameaça de Trump de fechar plataformas como o Twitter e o Facebook foi a mais forte que ele já fez, em meio a uma reação negativa conservadora cada vez mais intensa contra as grandes empresas de tecnologia.
O Twitter, pela primeira vez, afixou rótulos de verificação de fatos a tuítes de Trump, depois de ele fazer afirmações não substanciadas, na terça (26), sobre a votação via postal. A companhia colocou um ponto de exclamação azul ao lado dos tuítes, como alerta de que as afirmações de Trump eram falsas e tinham sido negadas por verificadores de fatos.
Em um par de tuítes na manhã desta quarta (27), o presidente republicano voltou a criticar o voto por via postal. Em um terceiro, ameaçou “grandes ações” contra o Twitter.
O microblog e o Facebook não se pronunciaram sobre as mensagens de Trump.
As ações do Twitter fecharam esta quarta-feira em queda de 2,76%, e as do Facebook, de 1,32%.
Nos últimos anos, o Twitter vem adotando controles mais rigorosos, diante de acusações de que sua política de não intervenção permitiu que proliferassem abusos, contas falsas e desinformação.
As companhias de tecnologia foram acusadas de práticas anticompetitivas e de violar a privacidade dos usuários. Apple, Google, Facebook e Amazon enfrentam investigações antitruste conduzidas pelo Departamento da Justiça americano, pela Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla em inglês), por secretários de Justiça estaduais e por um comitê do Congresso.
Jon Berroya, presidente interino da Internet Association, uma organização setorial, afirmou que as plataformas online não praticam a parcialidade política e que oferecem “ao maior número de pessoas uma possibilidade de serem ouvidas, como nunca antes na história”. A organização tem o Twitter, o Facebook e o Google entre seus integrantes.
A Information Technology & Innovation Foundation (ITIF), organização de pesquisa, disse que “o presidente está errado sobre a mídia social” e que as plataformas de tecnologia estão reforçando seu combate à desinformação.