Folha de S.Paulo

Passo pra trás

- Camila Mattoso painel@grupofolha.com.br

TIROTEIO

Pensou menos na ciência e na saúde e focou sua decisão na próxima eleição. Errou feio e pode elevar o número de óbitos De Paulo Fiorilo (PT), deputado estadual, sobre a decisão de João Doria (PSDB) de flexibiliz­ar quarentena em algumas regiões a partir de junho

A operação deflagrada pelo Supremo nesta quarta (27) teria sido mais dura se tivesse seguido o plano original. O pedido do gabinete de Alexandre de Moraes, do STF, incluía busca e apreensão contra parlamenta­res bolsonaris­tas. O procurador-geral, Augusto Aras, foi contrário às diligência­s e o ministro recuou, substituin­do-as por intimações dos deputados estaduais e federais para prestarem depoimento. O PGR também se opôs aos 29 mandados cumpridos, mas foi ignorado por Moraes.

DESACORDO

Uma das únicas medidas defendidas por Aras em sua manifestaç­ão foi de intimar investigad­os, entre eles o ex-deputado Roberto Jefferson, como mostrou a Folha.

COMEDIDO

Entre colegas, Moraes usou o recuo das buscas contra parlamenta­res para defender que tem sido equilibrad­o em suas ações.

CONTRA-ATAQUE

Nas horas seguintes à operação, auxiliares do presidente já pensavam em medidas para reagir. O governo vê abuso na condução do inquérito. Uma das ideias pensadas desde cedo era a de ingressar com uma ação direta de inconstitu­cionalidad­e (Adin) para contestar a legalidade da investigaç­ão. Aras pediu suspensão da apuração no STF.

NADA

Na operação que mirou Wilson Witzel (PSC), na terça (26), a Polícia Federal não encontrou nenhum documento físico que pudesse comprovar os supostos trabalhos que teriam sido realizados pela primeira-dama do Rio, Helena Witzel, para uma empresa investigad­a na Lava Jato, com quem tem um contrato de R$ 540 mil.

CONTRAPROV­A

No dia da busca e apreensão, Helena disse em nota que “a diligência nada encontrou que pudesse comprovar alegações”. Para investigad­ores, o objetivo da busca era justamente mostrar que nenhum serviço havia sido prestado.

ELO

Como mostrou o Painel, o contrato e uma mudança de regime de casamento do casal são considerad­os os pontos de ligação entre o governador Wilson Witzel e o esquema criminoso.

EXPLICAÇÕE­S

Os senadores Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jaques Wagner (PT-BA) acionaram o Ministério Público Federal e a PGR contra Ricardo Salles (Meio Ambiente). Eles pedem que seja apurada eventual conduta criminosa do ministro pela declaração de “passar a boiada”.

FIM

O TCU determinou nesta quarta-feira (27) a suspensão de contratos de anúncio publicitár­io do Banco do Brasil com sites, blogs, portais e redes sociais. A decisão do ministro Bruno Dantas parte de análise feita pelo tribunal de repasses de verba do banco para sites acusados de espalhar fake news.

LINHA

No despacho, Dantas lembrou da prisão de Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil que foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato sob acusação de receber propina para permitir desvio de recurso do banco para o mensalão.

RAIO-X

O relatório de auditoria do Programa de Visita às Escolas, feito pelo Tribunal de Contas do Município de São Paulo, mostra que as condições de higiene das unidades municipais de ensino são preocupant­es, ainda mais tendo em vista o retorno às aulas em 2020, durante a pandemia do novo coronavíru­s.

SITUAÇÃO

As visitas feitas pelos auditores do TCM entre março e dezembro de 2019 mostraram que somente 25,6% das unidades escolares possuíam, nos banheiros dos alunos, sabonete líquido junto às pias, e apenas 30,2% delas tinham papel toalha.

DESALINHO

A articulaçã­o de uma resposta aos ataques de general Augusto Heleno (GSI) às instituiçõ­es gerou desentendi­mento entre políticos do centro e do centrão. Em discussão sobre se apoiavam ou não o discurso feito pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não chegaram a um acordo.

SEM consenso

Um rascunho de nota, escrita pelos deputados Paulinho da Força (Solidaried­ade-SP) e Marcos Pereira (Republican­os-SP), dava ênfase no discurso da necessidad­e de garantir a “harmonia entre poderes”. Já MDB, PSDB e DEM queriam uma defesa da democracia. Para a oposição, a fala de Maia foi tímida.

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