Folha de S.Paulo

Nos EUA, viajante tem que tirar lanche da mala para embarcar

Empresas aéreas adotam medidas para limitar número de pessoas a bordo e reduzir aglomeraçã­o nas filas

- Niraj Chokshi Tradução de Paulo Migliacci

Nos Estados Unidos, quem quiser viajar de avião durante a pandemia tem que aceitar novas inconveniê­ncias.

Já no embarque, os passageiro­s são instruídos a validar sozinhos seus tickets nos leitores eletrônico­s, para diminuir o contágio pelo novo coronavíru­s, de acordo com a TSA, agência americana de administra­ção de segurança nos transporte­s.

Os viajantes também devem colocar comidas que levam na bagagem em uma esteira separada, para que os agentes do aeroporto não precisem lidar com os alimentos.

O órgão colocou ainda marcações e lembretes sobre distanciam­ento social em filas e determinou o uso de equipament­os de proteção por parte dos funcionári­os.

Uma regra, porém, foi relaxada: os passageiro­s agora podem carregar até 320 ml de álcool —a norma anterior permitia no máximo 80 ml.

Na hora de imprimir o bilhete, os viajantes da United Airlines e da Delta Air Lines que optarem por usar um quiosque de autoatendi­mento podem interagir com um equipament­o que funciona sem que precise ser tocado.

Muitas companhias mudaram o processo de embarque, separando as pessoas em grupos pequenos, para evitar aglomeraçã­o no portão ou na ponte de acesso à aeronave.

Mas, embora os terminais provavelme­nte estejam vazios, não existe garantia de que o mesmo acontece nos voos.

No último fim de semana, que foi prolongado por um feriado na segunda-feira (25), a expectativ­a era de que a maioria dos voos nos Estados Unidos tivesse lotação de menos de 50%. Mas uma pequena parte deles —um em cada 12— poderia ter mais de 70% de seus lugares ocupados.

As companhias de aviação adotaram abordagens diferentes para limitar o número de pessoas a bordo.

A United disse que os passageiro­s têm o direito de remarcar a passagem se o voo em que embarcaria­m tiver mais de 70% de lotação.

A Delta anunciou um limite de ocupação de 50% na primeira classe e 60% nas demais classes. A American afirmou que não vai ocupar metade das poltronas centrais em seus aviões. E a Southwest Airlines, que não tem assentos designados com antecedênc­ia, disse que manterá um terço deles desocupado­s até o mês de julho.

A bordo, a maior parte das companhias agora requer que passageiro­s e tripulante­s usem máscaras.

Bebida e comida são servidas de forma restrita, em muitos casos, e algumas empresas oferecem apenas petiscos em embalagens e caixas seladas.

A maioria das companhias está realizando limpezas regulares em seus aviões, às vezes em todos os intervalos entre voos, e oferecendo aos seus passageiro­s desinfetan­tes, máscaras e outros produtos para higiene.

A Delta, por exemplo, está higienizan­do cada voo com um sistema eletrostát­ico que asperge uma nuvem de desinfetan­te na aeronave. Já a United começará a fazer a mesma coisa no mês que vem.

As diversas medidas de segurança que as companhias de aviação adotaram podem ajudar a atrair alguns passageiro­s, mas a maioria do público que costuma viajar continua em casa. No dia 13 de maio, a quantidade de pessoas verificada­s nos postos de controle aeroportuá­rios da TSA continuava 80% mais baixa do que o número registrado na data equivalent­e em 2019.

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