Folha de S.Paulo

HOSPITAL DO PACAEMBU É DESATIVADO; SÉ RETOMA MISSA

- Alfredo Henrique

O hospital de campanha do Pacaembu, o primeiro voltado à Covid-19 a entrar em operação em São Paulo, deu alta ontem aos dois últimos internados, sob aplausos dos funcionári­os, e encerrou suas atividades.

Reaberta ao público no domingo, após três meses, a Catedral da Sé voltou a realizar missas com presença de fiéis. Eles agora têm de higienizar as mãos com álcool em gel antes de pegar hóstias.

SÃO PAULO | AGORA Fiéis precisaram higienizar as mãos com álcool em gel antes de pegar hóstias entregues pelo padre Luiz Eduardo, 50, na primeira missa realizada na Catedral da Sé em um dia de semana, durante a pandemia da Covid-19. A celebração começou ao meiodia desta segunda (29).

As missas com presença de fileis não eram realizadas desde março em São Paulo. A reabertura foi autorizada semana passada pelo arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer.

A primeira missa aberta ao público na Catedral Metropolit­ana ocorreu no domingo (28), também ao meio-dia.

Para entrar na igreja, que está com limite de lotação de 240 pessoas, é preciso caminhar até a lateral do prédio, onde dois seguranças borrifam álcool nas mãos dos fiéis, que devem usar máscaras.

A missa desta segunda foi acompanhad­a por 47 pessoas, a maioria idosos, que ocuparam em duplas bancos onde se sentavam até 20 pessoas, antes da quarentena.

Para garantir o distanciam­ento, a Arquidioce­se de São Paulo colocou fitas de isolamento nos bancos e estabelece­u o limite de três pessoas sentadas em cada um deles, distantes umas das outras.

O padre só abaixou a máscara de proteção que usava quando ingeriu vinho e a hóstia durante a cerimônia.

Após isso, os fiéis, em fila, respeitand­o o distanciam­ento higienizar­am as mãos, com álcool borrifado por um segurança para receber a hóstia.

O padre concorda com as medidas de proteção ao vírus, mas pontua que a presença de fiéis é uma caracterís­tica intrínseca na Igreja Católica.

“Pode-se fazer uma celebração sozinho, mas a presença das pessoas é imprescind­ível para a liturgia cristã.”, afirma ele.

De acordo com a arquidioce­se, três padres testaram positivo para o novo coronavíru­s, e nenhum morreu.

A partir desta semana, a Sé realiza missas de segunda a sábado, ao meio-dia, e aos domingos às 11h. Conforme a demanda aumentar, novos horários serão acrescenta­dos.

A aposentada Marisa Silva, 78, foi comprar um bombom de licor quando percebeu a porta lateral da Catedral da Sé aberta, por volta das 11h50 desta segunda.

A aposentada não sabia que as celebraçõe­s já haviam sido retomadas na igreja. “Fiquei muito feliz, me senti abençoada por essa coincidênc­ia”, afirmou.

Ela acrescento­u não ter se sentido exposta a eventuais contaminaç­ões pelo novo coronavíru­s, dentro do templo, e disse que aproveitou a oportunida­de para rezar pelos mortos pela Covid-19.

Gestão Covas estuda liberar parques na próxima semana

A Prefeitura de São Paulo estuda reabrir os parques municipais da capital paulista a partir da próxima semana.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido dos Santos, a pasta vai se reunir com o prefeito Bruno Covas (PSDB) para tratar do tema até sexta-feira (3).

“Vamos observar os números [de infectados e mortos] para estudar a situação e tomar uma decisão”, diz.

Os parques da capital paulista estão fechados desde o dia 21 de março.

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Eduardo Knapp/Folhapress Padre Luiz Eduardo Baronto entrega hóstia a fiel em missa na Catedral da Sé
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Eduardo Knapp/Folhapress Fieis celebram missa na Catedral da Sé usando máscaras e respeitand­o distanciam­ento

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